Medidas de Milei causarão ajuste econômico abrupto e ameaça à estabilidade financeira da Argentina

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O presidente eleito da Argentina, Javier Milei | Foto: RIA Novosti

As medidas antecipadas pelo presidente eleito da Argentina, Javier Milei, causarão um ajuste econômico abrupto e profundo, colapsando a demanda interna e ameaçando a estabilidade financeira, segundo o vice-presidente e diretor sênior do serviço de crédito da Moodys Investors, Jaime Reusche.

Um Congresso dividido e as pressões sociais também influenciarão a capacidade do novo presidente de implementar políticas corretivas. Quanto mais tempo os problemas da Argentina permanecerem sem solução, mais difícil será resolvê-los no futuro, indica o relatório.

As amortizações de obrigações com vencimento em 2024 são relativamente mais baixas, mas os riscos de refinanciamento aumentarão em 2025, especialmente para a dívida externa. A qualidade do crédito das empresas não financeiras e de infraestruturas poderá se deteriorar até 2024 devido à recessão econômica, à inflação elevada, à desvalorização cambial e às difíceis condições financeiras.

Para os serviços públicos, a Moody’s projeta que haverá um aumento das taxas com as tensões sociais, enquanto no setor de energia, se espera desregulamentação e menor intervenção estatal.

Para as províncias, Milei manifestou que tentará modificar o atual regime de co-participação e permitirá que as províncias financiem a despesa pública com a sua própria arrecadação de impostos.

Rigoberto Horacio Vera / Agência CMA Latam
Tradução: Vanessa Zampronho / Agência CMA