Macron é reeleito presidente da França; mas extrema-direita tem maior votação até hoje

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O atual presidente da França, Emmanuel Macron, foi reconduzido ao cargo nas eleições do último domingo (24), e derrotou a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen. Macron levou 58,5% dos votos, enquanto Le Pen, 41,5% dos votos válidos.
É a terceira vez que um presidente é reeleito na França, algo que não é tradicional no país. A participação dos eleitores na eleição deste ano foi de 63% – a maior abstenção no 2 turno em 53 anos. Na França, o voto não é obrigatório.
Antes ainda da conclusão da contagem dos votos, Macron fez um discurso e disse que “não sou o candidato de alguns, mas o presidente de todos”.
Mesmo não tendo vencido no processo eleitoral, a extrema-direita obteve o maior percentual de votos até hoje, o que mostra que ela será a principal força de oposição na França.
Segundo analistas econômicos, a reeleição de Macron elimina o risco de uma crise institucional na Europa. “Além disso, a reeleição de um presidente com uma agenda favorável aos negócios deve ser favorável aos mercados”, diz o economista-chefe do Barclays na Europa, Philippe Gudin.
Em junho haverá novas eleições na França, mas para o parlamento. A expectativa é que, com o cenário político bastante fragmentado, Macron não terá maioria absoluta. “Se ele não conseguir uma maioria, ele seria forçado a construir compromissos para implementar sua agenda de reformas”, diz Gudin.
“Acreditamos que os planos de política econômica do presidente Macron dependerão de seu partido, La Republique en Marche, garantir a maioria parlamentar na sequência da eleições legislativas em 12 e 19 de junho de 2022. Riscos de implementação relacionados a fragmentação política ou complacência política não devem ser deixados de lado. Além disso, a forte oposição às propostas de reforma, como demonstrado pela greve da reforma da previdência em 2019-2020, pode atrasar ou diminuir a execução”, afirma a nota do S&P Global Ratings.