Lula considera produtiva volta à União Europeia e destaca produção de energia renovável

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São Paulo, 17 de julho de 2023 – Na Bélgica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou produtivo o regresso à União Europeia.  Lula se pronunciou antes do encontro bilateral com a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas. “O nosso país ficou seis anos afastado de qualquer atividade de política internacional, menosprezando a importância daquilo que significa relações diplomáticas, relações exteriores, comércio exterior, e nós voltamos ao governo para colocar o Brasil no centro da disputa do protagonismo internacional”, destacou.

 

O presidente afirmou que o Brasil tem uma atividade econômica intensa e demonstrou interesse em compartilhar essa intensidade da atividade com os parceiros da União Europeia. “Nós queremos compartilhar com os nossos parceiros do Mercosul, da América Latina e do Caribe. E mais importante ainda: nós queremos aprofundar com a União Europeia a discussão sobre a questão não apenas do desenvolvimento industrial e do crescimento econômico, mas queremos discutir profundamente a questão climática”.

 

Lula frisou o papel importante do Brasil na produção de energia renovável. “Todo mundo sabe que o Brasil é um país que tem uma forte tendência na produção de energia renovável. Hoje nós temos praticamente 87% de nossa energia elétrica renovável. Nós temos 50% da matriz energética renovável contra 15% do restante do mundo. A transição energética e a transição climática, presidenta, passa a ser prioridade no nosso governo. Esse é o assunto que sei que é de interesse da União Europeia, é de muito interesse do Brasil”.

 

Segundo Lula, “o Brasil, todo mundo sabe, vai cumprir com sua parte na questão do clima. Nós temos um compromisso com o desmatamento zero na Amazônia até 2030. Esse é um compromisso assumindo antes, durante e depois de uma campanha política. É um compromisso, eu diria, quase que de fé, não apenas meu, mas do povo brasileiro. Queremos nesse debate fazer com que a União Europeia compreenda a necessidade de que existe na Amazônia sul-americana 50 milhões de habitantes que precisam ter condições de sobrevivência digna e decente”.

 

Em discurso durante a sessão de abertura do fórum empresarial União Europeia-América Latina, Lula voltou a tocar no tema mudanças climáticas. “A mudança do clima evidencia a urgência em preservar a biodiversidade e os ecossistemas. A crise da democracia semeia a discórdia, a violência e a intolerância, solapando as condições da vida em sociedade e o planejamento da atividade econômica. A guerra no coração da Europa lança sobre o mundo o manto da incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e programas sociais. A corrida armamentista dificulta ainda mais o enfrentamento da mudança do clima”.

 

Conforme o presidente, cabe aos governantes, empresários e trabalhadores reconstituir o caminho da prosperidade, da retomada da produção, dos investimentos e dos empregos. “Os países da América Latina e do Caribe continuarão a desempenhar um papel estratégico para a Europa e o mundo. Porque somos uma região com enormes oportunidades de investimento e de ampliação do consumo. Somos países que demandam investimentos em infraestrutura logística diversificada, infraestrutura social e urbana”.

 

Lula disse que o acordo Mercosul e União Europeia deve ser fechado ainda este ano. “Um acordo equilibrado, que pretendemos concluir ainda este ano, abrirá novos horizontes. Queremos um acordo que preserve a capacidade das partes de responder aos desafios presentes e futuros”.

 

O presidente anunciou que será lançado nos próximos dias um novo Plano de Investimentos para enfrentar os gargalos existentes. “Depois dos últimos seis anos de retrocesso e estagnação, voltaremos a gerar empregos de qualidade, a combater a pobreza e a aumentar a renda das famílias brasileiras. O Plano prevê a retomada de empreendimentos paralisados, aceleração dos que estão em andamento e seleção de novos projetos”.

 

Segundo o presidente, este novo Brasil “mais justo e solidário está sendo reconstruído sem abdicar de nossos compromissos com os fundamentos macroeconômicos.  O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são requisitos essenciais para assegurar a estabilidade, base sólida para a expansão econômica e o progresso social. Com a reforma tributária em curso, estamos simplificando a arrecadação de tributos e tornando a economia mais eficiente. Possuímos um sistema financeiro robusto, que permitirá a expansão sustentável do crédito ao longo dos próximos anos”.

 

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