Lucro líquido do Santander Brasil recua e chega a R$ 3,12 bi no 3° trimestre

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Foto divulgação: Banco Santander

São Paulo, SP – O Santander Brasil divulgou hoje o balanço do terceiro trimestre de 2022. O lucro líquido gerencial foi de R$ 3,12 bilhões, queda de 23,5% em comparação ao segundo trimestre de 2022, e recuo de 10,1% em relação ao terceiro trimestre de 2021. Segundo o relatório, o resultado reflete a maior seletividade no crédito e sensibilidade negativa em mercados, além da PDD estar ainda em um momento desafiador do ciclo.

O retorno gerencial sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 15,6% no terceiro trimestre e 19% de janeiro a setembro.

A margem financeira bruta atingiu R$ 12,5 bilhões, apresentando queda de 1,4% em três meses, refletindo o menor resultado das operações com clientes, impactado principalmente pelo mix de produtos, em função da maior seletividade na concessão de crédito. No ano, a queda de 5,2% da margem está atrelada às menores receitas com operações de mercado, devido à sensibilidade da curva de juros.

As receitas com cartões atingiram R$ 1,3 bilhão, queda de 4,3% em três meses, impactadas por menor faturamento. No ano, crescimento de 18,4%, em função de maiores volumes de faturamento e transacionalidade. As comissões com seguros totalizaram R$ 912 milhões no trimestre, alta de 9,9% em três meses, influenciada pelo seguro prestamista, acompanhando o aumento das originações de crédito em produtos mais colateralizados. Queda anual de 2,7%, impactada pela seletividade do crédito.

As receitas de serviços de conta corrente totalizaram R$ 949 milhões no trimestre, redução de 2,4% em três meses e de 0,7% no ano, em razão, principalmente, do crescimento da
transacionalidade via PIX.

As receitas de administração de fundos e consórcios totalizaram R$ 266 milhões, queda de 20,3% no trimestre relacionado principalmente à mudança regulatória na contabilização de receitas de consórcios. No ano, as receitas de administração de fundos reduziram 9,1%, influenciadas pelas mudanças do mix, com maior comercialização de fundos de renda fixa, devido ao cenário econômico.

A carteira de crédito totalizou R$ 484.252 milhões em setembro de 2022, aumento de 3,4% no trimestre (ou crescimento de 3,1% desconsiderando a variação cambial), com destaques para o crescimento da carteira de grandes empresas, influenciado pela expansão do negócio e variação cambial, e aumento do varejo, em função de pessoa física.

Em relação ao ano anterior, a carteira de crédito obteve crescimento de 7,5% (ou 7,6% desconsiderando o efeito da variação cambial). Todos os segmentos apresentaram crescimento no período, sendo de 11,0% em pessoa física, 5,9% em pequenas e médias empresas, 4,8% em financiamento ao consumo e 4,3% em grandes empresas.

Destaque para a maior qualidade das novas originações a partir de quarto trimestre de 2021, com 51% de participação na carteira total. Maior representatividade dos ratings AA-B na carteira, sendo 85% nas novas safras, a partir de jan/22, e 79% nas safras antigas.

As comissões de operações de crédito totalizaram R$ 386 milhões, crescimento de 4,9% no trimestre em função de maiores receitas com garantias de câmbio. No ano, as receitas reduziram 5,0%, devido à maior seletividade.

As receitas de serviços de corretagem e colocação de títulos atingiram R$ 343 milhões no trimestre, queda de 13,7% em três meses, em decorrência da menor atividade no mercado
de colocação de títulos e M&A. No ano, as receitas caíram 1,3%. Outras comissões atingiram R$ 182 milhões, redução de 17,9% no trimestre e 1,3% no ano, devido à menores receitas com tarifa de avaliação de bens no ano.

O resultado de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 6,2 bilhões, aumento de 8,1% no trimestre e de 63% no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda em um momento desafiador do ciclo. O segmento de pessoa física e a mudança no mix de produtos foram os principais fatores para esse aumento. Vale destacar que a representatividade das safras antigas no resultado de PDD vem reduzindo ao longo do período, de 82% em jan/22 e para 29% em set/22.

Aumento nas receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo, de 18% no trimestre e queda de 11,6% no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

O custo de crédito de 12 meses atingiu 3,8%, aumento de 0,41 p.p. no trimestre e o índice em 3 meses alcançou 4,5%, aumento de 0,17 p.p. no mesmo período, ambos com níveis
controlados e previsíveis.

Os ativos totais somaram R$ 1.006.711 milhões em setembro de 2022, aumento de 2% no trimestre e 3,8% na comparação anual. Em ambos os períodos, o crescimento se deve principalmente ao aumento das aplicações interfinanceiras de liquidez, carteira de crédito e carteira de câmbio. O patrimônio líquido atingiu R$ 82.406 milhões em setembro de 2022 ou R$ 81.077 milhões, desconsiderando o saldo do ágio.

As despesas gerais atingiram R$ 5,6 bilhões, alta de 4,8% no trimestre em função de maiores despesas pessoais e administrativa. As despesas com pessoal alcançaram R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, crescendo 6,3% em três meses e 11% no ano. Nos nove primeiros meses do ano, as despesas apresentaram crescimento de 6,8% em doze meses, abaixo da média da inflação acumulada de 10,44%.

As despesas de provisão cresceram 9,2% no trimestre e 47,7% no acumulado comparado ao ano anterior, deterioração em linha com o previsto, com indicadores de crédito ainda pressionados, mas com sinais de estabilidade, devido à antecipação de ciclos realizada desde quarto trimestre de 2021 melhorando nossa qualidade na concessão de crédito.

As receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo cresceram 18% no trimestre e diminuíram 11,6% no acumulado comparado ao mesmo período do ano anterior, mantendo a média de recuperação acima de R$ 770 milhões por trimestre. No trimestre, tivemos venda de carteira em prejuízo (100% provisionada).

O índice de inadimplência superior a 90 dias atingiu 3% no trimestre, com crescimento de 0,11 p.p. no trimestre e aumento de 0,58 p.p. em doze meses. Indicador apresenta estabilidade em três meses e frente ao período de prépandemia (set/19). As novas safras (a partir do 1T22) apresentam maior qualidade, atingindo índice de 1,5%, sendo 2,5 p.p. menor que o indicador das safras antigas.

O índice de inadimplência de 15 a 90 dias alcançou 4,3% em setembro de 2022, com aumento de 0,09 p.p. no trimestre, com estabilidade nos últimos três trimestres. No ano, o indicador apresentou incremento de 0,92 p.p. As novas safras (a partir do 1T22) apresentam maior qualidade, atingindo índice de 3,5%, sendo 1,4 p.p. menor que o indicador das safras antigas.