Lucro líquido do Bradesco recua 37,3% no 1° trimestre de 202

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São Paulo, SP – O lucro líquido do Bradesco diminuiu 37,3% no primeiro trimestre, para R$ 4,28 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 4,28 bilhões, caindo 38,9% em relação a um ano antes.

O banco destacou a margem financeira com melhora gradual da margem com mercado devido à reprecificação do portfólio, menores despesas com PDD, assim como menores despesas operacionais em especial os custos administrativos.

“Em 12 meses, a geração de receitas com a margem de clientes, prestação de serviços e operações de seguros absorveu as maiores despesas com PDD em decorrência da inadimplência no segmento massificado (PF e PJ) e o aumento já esperado das despesas operacionais, principalmente pelo efeito do acordo coletivo”, disse o banco, no relatório do 1T23.

A margem com clientes apresentou evolução de 7,3% frente ao primeiro trimestre de 2022, impulsionada pelo crescimento da carteira de crédito acompanhado de um mix de produtos mais rentáveis e o aumento na margem de passivos, impactando a taxa média em 0,2 p.p., que passou de 9,7% para 9,9%.

Em relação ao 4T22, grande parte da redução da margem está relacionada a menor quantidade de dias, além da diminuição no volume de operações devido às ações de revisão das políticas de crédito e o maior rigor nos modelos de concessão, que visam a melhora do perfil de risco da carteira, o que produz impactos no spread de originação e no mix de produtos.

A carteira de crédito expandida do Bradesco aumentou 5,4%, para R$ 879,28 bilhões. O valor considera empréstimos, avais, fianças, cartas de crédito, antecipação de recebíveis de cartão de crédito, debêntures, notas promissórias, coobrigação em cessões para certificados de recebíveis imobiliários e crédito rural, cédula do produto rural (CPR), certificados de recebíveis imobiliário (CRI), certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA) e fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC).

“Nossa carteira de crédito cresceu 5,4% em 12 meses e reduziu 1,4% no trimestre, devido ao atual momento do ciclo de crédito, bem como pelo reposicionamento da nossa política de crédito para modalidades de menor risco. Por outro lado, os produtos com garantias mantiveram crescimento em 12 meses e ganharam participação no mix de produção.”

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (RoE, na sigla em inglês) anualizado encolheu 7,4 pontos porcentuais (pp) no primeiro trimestre, para 10,6%.

A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias cresceu 1,9 pp em relação a um ano antes, para 5,1% da carteira de crédito expandida.

A despesa do Bradesco com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 96,8% no primeiro trimestre, para R$ 9,52 bilhões.

O Bradesco disse que a PDD Expandida “segue impactada pelas condições do cenário econômico, que refletiu no ciclo de crédito (principalmente massificado). Continuamos atuando nos critérios de concessão de crédito e reduzimos o índice de aprovação do massificado por mais um trimestre consecutivo, demonstrando nosso compromisso em garantir o crescimento contínuo e sustentável do portfólio.”

No 1T23, o estoque de PDD totalizou R$ 60,0 bilhões, representando 9,3% da carteira de crédito, o equivalente a um índice de cobertura para créditos vencidos acima de 90 dias de 182%