Lucro líquido da Usiminas recua 77% no segundo semestre, a R$ 1,1 bilhão

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São Paulo, SP – A Usiminas divulgou hoje o balanço do segundo trimestre. O lucro líquido foi de R$ 1,06 bilhão, recuo de 77% em comparação ao segundo trimestre de 2021. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, a queda foi de 16%. No semestre, o lucro líquido fechou em R$ 2,32 bilhões, uma queda de 60% em relação ao resultado do primeiro semestre de 2021.

O lucro bruto foi de R$ 2,2 bilhões, aumento de 28% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (R$ 1,7 bilhão). Em comparação ao segundo trimestre de 2021, o lucro bruto recuo 40%.

A receita líquida da Usiminas no segundo trimestre foi de R$ 8,5 bilhões, uma queda anual de 11%, mas um avanço de 8,8% sobre os três primeiros meses de 2022, com destaque para os maiores preços nas unidades de Siderurgia e Transformação e maiores volumes vendidos na Unidade de Mineração.

O custo dos produtos vendidos CPV no segundo trimestre totalizou R$ 6,3 bilhões, aumento de 3,5% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (R$6,1 bilhões), com aumento unitário em todas as Unidades e maiores volumes vendidos na Unidade de Mineração.

O Ebitda Ajustado alcançou R$ 1,9 bilhão, alta de 23,7% em comparação ao primeiro trimestre de 2022 (R$ 1,6 bilhão). A margem Ebitda Ajustado foi de 22,6%, frente à margem de 19,9% no primeiro trimestre de 2022. Em comparação ao segundo trimestre de 2021, houve queda 62%.

O Resultado Financeiro foi de R$ 248 milhões negativos, frente a um resultado de R$ 502milhões positivos no primeiro trimestre de 2022, devido a perdas cambiais líquidas de R$ 307 milhões no trimestre, ante ganhos cambiais líquidos de R$ 434 milhões no trimestre anterior.

O Caixa e Equivalente de Caixa consolidado no primeiro trimestre era de R$ 5,6 bilhões, inferior em 15,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2022 (R$6,6 bilhões), principalmente em razão do pagamento de dividendos relativos ao exercício 2021, complementares aos proventos pagos no ano anterior, e ao aumento no Capital de Giro, efeitos parcialmente compensados pela geração de Ebitda no período.

O CAPEX totalizou R$ 428 milhões, 50,3% superior ao primeiro trimestre de 2022 (R$ 285 milhões), sendo 82,2% na Unidade de Siderurgia, 15,7% na Unidade de Mineração, e 2,1% na Unidade de Transformação.

O volume de produção da unidade de Mineração foi de 2,3 milhões de toneladas, um aumento de 35,3% em comparação ao primeiro trimestre de 2022 (1,7 milhão de toneladas), representando uma retomada nos níveis de produção, após um primeiro trimestre que foi fortemente impactado por recordes de chuvas na região, o que gerou paralisação operacional neste período.

O volume de vendas da unidade de Mineração atingiu 2,4 milhões de toneladas, superior em 48,4% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (1,6milhão de toneladas), que foi afetado pela paralisação das operações e pela interrupção da cadeia logística, devido às chuvas no período.

As vendas para exportação da unidade de Mineração totalizaram 1,6 milhão de toneladas, equivalente a nove embarques, ante seis embarques realizados no primeiro trimestre de 2022. A distribuição por condição foi de 94% das exportações na modalidade CFR e 6% FOB, contra 67% e 33% no primeiro trimestre de 2022, respectivamente.

A produção de aço bruto na usina de Ipatinga foi de 671 mil toneladas no 2T22, inferior em 0,9% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (677mil toneladas). A produção de laminados nas usinas de Ipatinga e Cubatão totalizou 1.072 mil toneladas no 2T22 uma redução de 1,7% em relação ao trimestre anterior (1T22: 1.091 mil toneladas). No 2T22, foram processadas 482 mil toneladas de placas adquiridas (1T22: 451 mil toneladas).

As vendas totais somaram 1.088 mil toneladas de aço, 4,1% inferiores em relação ao primeiro trimestre de 2022 (1.135 mil de toneladas). No mercado interno, as vendas foram de 948 mil toneladas, uma elevação de 9,3% em relação ao primeiro trimestre de 2022 (867 mil toneladas). As exportações somaram 141 mil toneladas, 47,4% inferior ao primeiro trimestre de 2022 (267 mil toneladas). O volume de vendas foi 87% destinado ao mercado interno e 13% às exportações (ante 76% e 24% no 1T22).

PROJEÇÕES

A companhia informou ainda as projeções para o terceiro trimestre de 2022. Segundo o comunicado, a previsão é chegar a um volume de vendas de aço pela Unidade de Siderurgia entre 950 mil e 1,05 milhão de toneladas.

Em nota, a companhia disse que as projeções divulgadas “são meras previsões, não constituem promessa de desempenho e apenas refletem as expectativas atuais da administração em relação ao futuro da Usiminas. Tais projeções dependem de fatores e condições de mercado que escapam do controle da Companhia, podendo, assim, diferir em relação aos números e resultados a serem efetivamente registrados”.

FORNO

O Conselho de Administração aprovou o retorno da operação do Alto-Forno 2 da Usina de Ipatinga, previsto para ocorrer até o final de outubro de 2022. O CAPEX total envolvido nos reparos deste Alto-Forno foi mantido em R$ 35 milhões.

A decisão de retomada é baseada na programação de produção e estoque de placas da Companhia, tendo em vista a expectativa de parada do Alto Forno 3 prevista para abril de 2023.

Adicionalmente, a companhia afirmou que as coquerias da Usina de Ipatinga permanecem apresentando menor disponibilidade de produção e que esforços e medidas mitigadoras estão em curso no momento.

“Essa situação tem gerado para a companhia a necessidade de adquirir coque em volumes superiores aos usuais, além de um volume adicional de gás natural para suprir o déficit de
produção interna de gases, o que deve ser mantido pelo período em que as coquerias apresentarem desempenho operacional abaixo do padrão”, explicou o comunicado.

Por fim, a nota diz que os impactos dessa situação estão refletidos nas demonstrações financeiras e press release divulgados hoje. “Esperamos a recuperação gradativa do desempenho das coquerias com efeito mais relevante no segundo semestre de 2023, e ainda será avaliado a necessidade de medidas adicionais em relação às coquerias”, conclui.