Lucro líquido da Localiza recua 27,6% no 3° trimestre

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São Paulo, SP – A Localiza divulgou na segunda-feira (14) o balanço do terceiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 682,1 milhões, queda de 27,6% em comparação ao mesmo período de 2021.

Segundo o relatório da Localiza, a companhia teve pico dos gastos com a integração e o carve-out, além de impactos não caixa no resultado advindos da amortização da mais valia e da marcação a valor justo da aplicação atrelada ao financiamento, além da baixa do
prejuízo fiscal.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 2,27 bilhões, alta de 25,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ebitda ajustado somou R$ 2,37 bilhões, crescimento de 30,9% em relação ao terceiro trimestre de 2021. A margem Ebitda ajustada atingiu 75,2% entre julho e setembro de 2022, alta de 5,7 p.p. frente à margem registrada no terceiro trimestre de 2021.

O EBIT totalizou R$1.459,1 milhões, redução de 4,0% em relação ao mesmo período de 2021 proforma. O EBIT ajustado para despesas com a combinação de negócios totalizou
R$ 1,7 bilhão no trimestre, representando um aumento de 10,8% se comparado ao terceiro trimestre de 2021 proforma ajustado. Conforme demonstrado no gráfico abaixo, os ajustes feitos no EBIT são relativos a despesas com a integração e custos associados ao carve-out, além da amortização da mais valia da frota e da mais valia de relacionamento com clientes.

A receita líquida somou R$ 6,13 bilhões, crescimento de 40% na comparação com igual etapa de 2021. A receita líquida de aluguéis apresentou crescimento de 37,9% na comparação proforma, sendo 30,7% na Divisão de Aluguel de Carros e 52,6% na Divisão de Gestão de Frotas. Esse aumento é explicado pelo crescimento de dois dígitos em volumes e preços, visando preservar o nível de retorno da companhia, em contexto de maior preço de carros novos, inflação e juros.

Com a retomada do fornecimento de veículos, a Localiza deu início à aceleração radual do processo de desativação e venda de carros, com volume 29,0% superior na comparação
anual e avanço de 10,2% no preço líquido de venda, resultando no crescimento de 42,2% na receita líquida de Seminovos.

De janeiro a setembro, a companhia apresentou geração de caixa de R$ 3,7 bilhões antes do crescimento. A forte geração de caixa das atividades de aluguel foi consumida pelo aumento do capex de crescimento em razão da adição líquida de cerca de 98 mil carros à frota. A companhia encerrou o trimestre com R$ 7,7 bilhões em caixa. Considerando as captações de outubro de 2022, a posição proforma de caixa seria de R$ 8,7 bilhões.

A dívida líquida fechou em R$ 21,2 bilhões, apresentando aumento de 30,7%, ou R$ 5 bilhões em relação ao final de 2021 proforma e explicada principalmente pelo crescimento da frota. A companhia possui robusta posição de caixa e ratio dívida líquida/EBITDA de 2,76x mantendo o processo de gestão ativa da dívida, com objetivo de otimizar custos e prazos.

No terceiro trimestre, excluindo-se os efeitos one-offs da combinação, a divisão de Aluguel de Carros apresentou margem de 58,9%. Em comparação ao EBITDA proforma do terceiro trimestre de 2021, a redução de 2,2p.p. na margem se deve ao reconhecimento de créditos de PIS e Cofins no terceiro trimestre de 2021, que somou R$ 320,0 milhões (+20,9p.p. na margem proforma), em comparação aos R$72,1 milhões reconhecidos no terceiro trimestre de 2022, referente ao novo laudo que engloba a frota comprada este ano (+3,6p.p. na margem ajustada). Nesse trimestre vale destacar o aumento das tarifas de aluguel e a maior eficiência operacional, especialmente pela redução dos níveis de inadimplência e roubo, na comparação anual.

A Divisão de Gestão de Frotas apresentou margem ajustada para as despesas da transação de 73,6%, 8,1p.p. superior à margem proforma do mesmo período no ano anterior. Essa
margem foi positivamente impactada pelo avanço do volume e da diária média, bem como pelo efeito positivo dos créditos de PIS e Cofins (R$102,9 milhões, +8,9p.p. na margem ajustada), em razão do primeiro laudo de revisão da vida útil dos ativos desta divisão, permitindo a aceleração da depreciação para efeitos fiscais. Por outro lado, o avanço dos gastos em outros negócios impactou negativamente a margem EBITDA em 3,3p.p.

Em Seminovos a margem EBITDA foi de 11,6%, 6,5p.p. menor que a margem proforma do mesmo período do ano passado. Nesse trimestre, aceleramos seletivamente a desativação dos carros com maior quilometragem na divisão de Aluguel de Carros, que trazem maiores custos de preparação e são direcionados para o atacado. Com o avanço no gasto em outros negócios a margem de Seminovos teve impacto de 1,2p.p. neste trimestre.

Também vale destacar que a aceleração de venda de carros ocorre especialmente no segmento de Aluguel de Carros, que possui margem EBITDA menor, de modo que a margem EBITDA média é impactada por esse efeito. Apesar da redução da margem bruta, a gradual aceleração do ritmo de vendas contribui para a diluição do SG&A.

O avanço das margens EBITDA das operações de aluguel permite o alcance do nível de retorno esperado, em contexto de aumento da base de capital, normalização do Seminovos e nível de juros.