Lucro líquido da Copel recua 11,8% e chega a R$ 670 milhões

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São Paulo – A Copel divulgou ontem o balanço do primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 670 milhões, recuo de 11,8% em comparação ao mesmo período de 2021. A receita operacional cresceu 12,1%, chegando a R$ 5,5 bilhões.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 1,4 bilhão, alta de 12,2% na base anual. A margem Ebtida ficou em 26,7%, recuo de 0,8 percentual na base anual.

Segundo o relatório, o aumento é reflexo do bom resultado da Copel GeT e Copel Distribuição, parcialmente compensado pelo desempenho da UTE Araucária que registrou menor despacho no período.

No período, também impactaram o resultado o efeito positivo de R$ 43,4 milhões decorrente da aplicação de bandeiras tarifárias sobre a energia compensada de Mini e Microgeração Distribuída – MMGD, o efeito negativo de R$ 21,8 milhões referente ao valor justo na compra e venda de energia (marcação a mercado), montante apurado pela diferença entre o preço contratado e o preço de mercado futuro estimado pela Companhia, e a reversão de R$ 7,9 milhões devido a desistência de empregados ao programa de demissão incentivado (PDI).

A receita operacional líquida totalizou R$ 5,5 bilhões, crescimento de 12,1%. Os custos e despesas operacionais aumentaram 12,5%, totalizando R$ 4,5 bilhões.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 213,2 milhões, ante R$ 19,1 milhões negativo registrado no primeiro trimestre de 2021, devido ao aumento de 64,6% nas despesas financeiras, reflexo dos juros mais elevados no período e maior saldo de empréstimos e financiamentos, e redução de R$ 8,5 milhões (-3,2%) nas receitas financeiras.

O total da dívida consolidada somou R$ 11,8 bilhões, variação de 0,05% em relação ao montante registrado em 31 de dezembro de 2021, de R$ 11,8 bilhões. O endividamento bruto representa 52,5% do patrimônio líquido consolidado, que fechou o primeiro trimestre em R$ 22,8 bilhões.

A Copel Distribuição registrou um Ebitda de R$ 435,1 milhões, 27,3% de aumento ante os R$ 341,8 milhões registrados no primeiro trimestre de 2021. Excetuando-se os itens não recorrentes relacionados a seguir, o Ebitda ajustado foi de R$ 387,7 milhões, alta de 13,4% em relação ao mesmo período de 2021.

O motivo foi o crescimento de 5,8% no mercado fio da Copel Distribuição no período (4,2% considerando a Micro e Minigeração Distribuída-MMGD) e à maior remuneração da distribuidora em função do reajuste médio de 8,73% nas tarifas de uso do sistema de distribuição – TUSD aplicado no seu 5 ciclo de revisão tarifária, e à estabilidade dos custos gerenciáveis (PMSO).

O lucro líquido da Copel Distribuição foi de R$ 228,0 milhões, um aumento de 31,6% em relação aos R$ 173,3 milhões do primeiro trimestre de 2021.

A Ebitida ajustado foi de R$ 1,6 bilhão, montante 19,5% acima do registrado no primeiro trimestre de 2021, equivalente a uma eficiência de R$ 266 milhões, já contemplando o resultado do 5 Ciclo de Revisão Tarifária Periódica, com aumento de aproximadamente 70% na RAB a partir de 24 de junho de 2021.

O mercado fio da Copel Distribuição, composto pelo mercado cativo, pelo suprimento a concessionárias e permissionárias dentro do Estado do Paraná e pela totalidade dos consumidores livres existentes na sua área de concessão, apresentou crescimento de 5,8% no consumo de energia elétrica no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Considerando os efeitos da energia compensada no consumo de Mini e Micro Geração Distribuída – MMGD, que passou de 136 GWh no primeiro trimestre de 2021 para 274 GWh, aumento de 101,7%, o crescimento do mercado fio registrou variação de 4,2% entre os períodos, já computado o Custo de Disponibilidade verificado para o mercado de Geração Distribuída.

A Copel Mercado Livre apresentou Ebitda ajustado de R$ 22,3 milhões, montante 0,8% superior aos R$ 22,2 milhões registrados no primeiro trimestre de 2021, reflexo, principalmente, do aumento de 18,6% no volume de energia vendida, impactada pelo crescimento da venda para consumidores livres em 13,3% e contratos bilaterais em 6,8%.

O aumento significativo do volume de energia vendida entre os períodos proporcionou acréscimo de receita operacional líquida em 32,4%, passando de R$ 894,5 milhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 1,1 bilhão. Este resultado foi parcialmente compensado pela elevação dos Custos e Despesas Operacionais em 35,8%, com destaque para o aumento de R$ 311 milhões (35,95%) na aquisição de energia elétrica para revenda entre os períodos.