Lucro líquido da Cemig cresce 6,6% no 2° trimestre

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Edificio Sede Cemig. Divulgação Cemig.

São Paulo, SP – A Cemig divulgou ontem (3) o balanço do segundo trimestre de 2023, com lucro líquido recorrente de R$ 1,214 bilhão, alta de 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre, queda foi de 10,9%. Já com lucro líquido ajustado foi de R$ 1,245 bilhão, alta de 2.390% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segundo a companhia, o resultado é reflexo do crescimento no resultado de comercialização, maior margem e maior volume (+4,3%) de energia comercializada pela Cemig GT/Holding, pelo aumento de 0,7% na energia distribuída pela Cemig D e melhor resultado de perdas de energia em relação ao patamar regulatório, e pelo aumento no lucro da Gasmig de 96% frente ao segundo trimestre de 2022, por maior volume contratado e maior margem.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,88 bilhão, alta de 430,5% na comparação anual, com um aumento de 1,5 p.p. na margem Ebitda regulatória, que fechou em 84,5%. Já o Ebitda ajustado chegou a R$ 1,88 bilhão, alta de 3,8% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. A margem Ebitda passou de 22,03% para 21,30%, queda de 0,73 ponto porcentual.

A receita operacional líquida foi de R$ 8,819 bilhões, alta de 7,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita bruta com energia vendida a consumidores finais foi de R$ 6,576 bilhões, queda de 5,3% na comparação anual, apesar do aumento de 1,3% no volume. A redução é explicada, principalmente, pela redução de alíquota de ICMS, que foi limitada a 18% a partir do segundo semestre de 2022, devido a aplicação da lei 194/2022.

A receita de suprimento foi de R$ 951,9 milhões, alta de 6,1% na comparação anua. O volume cresceu 6,1%, devido a diferenças nos perfis de sazonalização das distribuidoras em cada um dos anos e em razão de maiores vendas para comercializadoras no segundo trimestre.

A receita de transmissão caiu 36,8%, em função, principalmente, da redução de 47,5% (R$ 97,1 milhões) da remuneração financeira do ativo de contrato da transmissão, em decorrência da variação do IPCA que foi de +0,76% no segundo trimestre comparada a alta de 2,2% no mesmo período de 2022, base para a remuneração do contrato; da menor receita de construção (R$ 31,1 milhões), em função da menor realização de investimentos em reforços e melhorias no período; e da redução de 24,3% na receita de operação e manutenção.

A receita bruta de fornecimento de gás totalizou R$ 1,073 bilhão, comparada a R$ 1,113 bilhão do segundo trimestre de 2022. Esta variação decorre do repasse dos reajustes (redução do preço médio) ocorridos nos últimos 12 meses no custo do gás adquirido e do menor volume nos mercados industriais e automotivo, em contrapartida ao volume contratado do mercado livre térmico.

Os custos e despesas operacionais foram de R$ 7,13 bilhões e de R$ 8,48 bilhões no segundo trimestre de 2022, em função, principalmente, da constituição de provisão operacional de R$ 1,4 bilhão, no segundo trimestre de 2022.

A dívida líquida fechou em R$ 7,966 bilhões, alta de 9,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, a Cemig amortizou R$ 564,3 milhões de
dívida na Cemig D, que concluiu, em junho, sua nona emissão de debêntures no valor de R$ 2 bilhões à taxa de remuneração de CDI + 2,05%, que será paga em duas parcelas, sendo a primeira (50% do saldo) em maio de 2025 e a segunda, do saldo remanescente, em maio de 2026. A relação da dívida líquida/Ebitda fechou em 1,11x no primeiro semestre de 2023.

O Grupo Cemig faturou, aproximadamente, 9,1 milhões de clientes em junho de 2023, com crescimento de 206 mil clientes, o que equivale a um aumento de 2,3% na base de consumidores em relação a junho de 2022. Deste total, 9.134.160 são consumidores finais e de consumo próprio e 512 são outros agentes do setor elétrico brasileiro.

O fornecimento bruto de energia totalizou 15.672.965 megawatts-hora (MWh), alta de 2,89% em relação ao mesmo período do ano passado.

O fornecimento de energia para clientes cativos somado a energia transportada para clientes livres e distribuidoras totalizou 11,88 mil GWh no segundo trimestre, aumento de 0,7% em relação ao mesmo período de 2022, decorrente, principalmente, do maior consumo da classe residencial (+176,1 GWh ou +6,4%), em função do crescimento de 3,3% no número de clientes e de 3,0% no consumo médio.

O crescimento de 0,7% no total de energia distribuída é composto do aumento de 3,3% (+188,9 GWh) no uso da rede pelos clientes livres e da redução de 1,7% (-100,8 GWh) no
consumo do mercado cativo. A redução do consumo no mercado cativo pode ser explicada, principalmente, pela migração de um grande cliente de saneamento para o mercado livre.

O Indice de Contas Arrecadadas ter atingido marca recorde com 100,31% em junho de 2023, potencializada pela migração dos recebimentos para meios digitais e pela arrecadação de débitos de Média Tensão, Hospitais e Serviço Público que totalizaram R$ 12 milhões.

As perdas de energia ficaram dentro do nível regulatório na janela de 12 meses, atingindo 10,78%, enquanto a meta regulatória é de 11,16%.

No primeiro semestre, o investimento total realizado foi de R$ 1,7 bilhão, alta 42,9% em relação ao mesmo período de 2022. O investimento no segundo trimestre de 2023 foi de R$ 960 milhões.