Lucro líquido da Cemig cresce 46% no 4° trimestre de 2022

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São Paulo, SP – A Cemig divulgou na sexta-feira (24) o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 1,40 bilhão, alta de 46,1% na comparação com o mesmo período de 2021. O lucro líquido ajustado chegou a R$ 1,2 bilhão, crescimento de 21,3%.

Segundo a companhia, o resultado é reflexo do volume de energia comercializada (GT/Holding) maior em aproximadamente 18%, reconhecimento de ganho no MVE no quarto trimestre de 2022 (R$ 144 milhões no lucro), o efeito positivo no lucro com alienação da Ativas de R$ 29 milhões, a melhora de R$ 331 milhões no resultado de Equivalência Patrimonial, apesar da redução significativa da TAESA. O principal fator foi o impacto negativo líquido de R$204 milhões em Santo Antônio no quarto trimestre de 2021, referente à decisão desfavorável em processo arbitral, o crescimento no lucro da Gasmig de 105% e o aumento de 1,4% na energia distribuída pela Cemig D.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,97 bilhão, alta de 19,1% em relação ao quarto trimestre de 2022, já o ajustado chegou a R$ 1,66 bilhão, crescimento de 11,1% na comparação anual.

A receita líquida chegou a R$ 9,75 bilhões, alta de 1% em comparação ao último trimestre de 2021. Em comparação ao terceiro trimestre de 2022, o aumento foi de 5,7%.

O fornecimento de energia para clientes cativos somado a energia transportada para clientes livres e distribuidoras totalizou 11,85 mil GWh, aumento de 1,4% em relação ao mesmo período de 2021, em função, principalmente, do maior consumo da classe residencial (+113,9 GWh ou +4,1%) que teve crescimento de 2,8% no número de clientes. O crescimento da classe comercial e a queda da rural (efeito combinado de 0.7%) foi resultado da mudança de clientes das classes rural e serviço público para a classe Comercial.

O crescimento de 1,4% no total de energia distribuída é composto do aumento de 0,6% (+33,5 GWh) no consumo do mercado cativo e de 2,2% (+126,8 GWh) no uso da rede pelos clientes livres.

A receita bruta de fornecimento de gás totalizou R$ 1,24 bilhão, comparada a R$ 978 milhões no quarto trimestre de 2021. Esta variação decorre do repasse dos reajustes ocorridos nos últimos 12 meses no custo do gás adquirido e do reajuste da margem pelo IGPM em 2022, em contrapartida a redução de 21,2% no volume total de gás distribuído, em função despacho de térmicas quase nulo no trimestre.

A receita bruta com energia vendida a consumidores finais foi de R$ 5,78 bilhões comparado a R$ 7,26 bilhões no mesmo período de 2021, representando uma redução de 20,3%, apesar do aumento de 4,6% no volume. A redução é explicada, principalmente, pela redução de alíquota de ICMS e da base de cálculo do mesmo, devido a aplicação da lei 194/2022.

A receita de transmissão caiu 15,7%, em função da redução de 35% da remuneração financeira do ativo de contrato da transmissão, em decorrência da variação do IPCA, que foi de +1,63% comparada a +2,96% no quarto trimestre de 2021, base para a remuneração do contrato e a receita de construção subiu a com elevação dos investimentos em reforços e melhorias.

A empresa disse que tem mantido e até intensificado o nível elevado de ações de cobrança, +20,1% em relação a 2021, e com isso obteve maior eficiência no combate a inadimplência. Uma boa mostra disso é o Indice de Contas Arrecadadas ter atingido marca recorde anual com 99,68% em 2022.

As perdas de energia ficaram dentro do nível regulatório na janela de 12 meses, atingindo 11,21%, enquanto a meta regulatória é de 11,23%. Nos últimos 12 meses, foram faturados aprox. 295 GWh relativos às fraudes.

DIVIDENDOS

O Conselho de Administração deliberou encaminhar à Assembleia Geral Ordinária, que será realizada em abril de 2023, a seguinte proposta de destinação do lucro líquido de 2022, no montante de R$ 4,09 bilhões, do saldo de realização do custo atribuído do imobilizado, no montante de R$ 127 milhões, da realização da reserva de lucros a realizar, no montante de R$ 836 milhões, seja dada a seguinte destinação:

R$ 205 milhões sejam mantidos no Patrimônio Líquido na conta de Reserva Legal, conforme estabelecido na Lei 6.404/1976; R$ 2,23 bilhões sejam destinados para pagamento de dividendos obrigatórios aos acionistas da companhia, a serem pagos em duas parcelas iguais, sendo a primeira até 30 de junho de 2023 e a segunda até 30 de dezembro de 2023, conforme segue: R$ 1,98 bilhão declarados a título de juros sobre o capital próprio (JCP) e imputados ao dividendo obrigatório; R$ 249 milhões declarados como dividendos obrigatórios, fazendo jus os acionistas que tiverem seus nomes inscritos no Livro de Registros de Ações Nominativas na data da realização da Assembleia Geral Ordinária 2023.