Lucro líquido da Caixa recua 32% no 4° trimestre de 2022

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Macapá - AP, 16/02/2019 Caixa Mais Brasil, Presidente Pedro Guimarães, Entrega NPHR - Igarapé do Lago foto Diego Dantas

São Paulo, SP – A Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, queda de 32% em comparação ao mesmo período de 2021. No acumulado de 2022, o resultado foi de R$ 9,8 bilhões, redução de 43,4% em relação a 2021.

Segundo a Caixa, o resultado foi impactado positivamente por eventos não recorrentes, tais como: abertura de capital da subsidiária Caixa Seguridade; alienação das ações do Banco Pan; ganho decorrente de conclusão de parceiras da Caixa Seguridade e formação de nova parceria societária da Caixa Cartões; lucro na venda de imóveis com a integralização de cotas do Fundo de Investimento Imobiliário Caixa Agências; e reversão de despesas relacionadas a programas de incentivo ao desligamento de empregados.

A margem financeira alcançou R$ 15 bilhões, crescimento de 30,3% em relação ao quarto trimestre de 2021, valor decorrente de bons desempenhos nas receitas com operações de crédito, no resultado com operações de Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e derivativos, bem como no resultado de aplicações interfinanceiras de liquidez.

As receitas provenientes da carteira de crédito totalizaram R$ 29,3 bilhões, aumento de 48% em relação ao último trimestre de 2021. Destaca-se, na comparação dos últimos 12 meses, o crescimento das receitas em habitação (37,8%); crédito para pessoa física (39,9%) crédito para pessoa jurídica (76,2%); saneamento e infraestrutura (47,9%) e crédito ao agronegócio (321,6%).

A carteira de crédito encerrou o último trimestre de 2022 com um saldo de R$ 1 trilhão, crescimento de 16,7% em relação a dezembro de 2021. No quarto trimestre de 2022, foram concedidos R$ 123,9 bilhões em crédito, crescimento de 7,2% em 12 meses. No ano, foram R$ 509,8 bilhões em originação de crédito total, crescimento de 16,6% em relação a 2021. Destaque para o aumento nos últimos doze meses dos saldos das carteiras do setor imobiliário com recursos SBPE (21,6%); consignado (22,8%) e agronegócio (167,5%).

No trimestre, a CEF freou a concessão de crédito diante da queda de seus índices de liquidez. Os esforços foram direcionados para a captação de recursos, através de depósitos ou instrumentos como letras de crédito imobiliário e agrícola. Ainda assim, concedeu R$ 123,9 bilhões em operações, alta de 7,2% em um ano.

No final do quarto trimestre, a carteira de crédito da Caixa somava R$ 1 trilhão, valor 16,7% maior que o do final de 2021. A carteira de crédito imobiliário, que é a de maior peso, somava R$ 637,9 bilhões, alta de 13,6% em um ano. A maior parte da contratação no trimestre foi em linhas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Já a carteira destinada ao agronegócio chegou a R$ 44,1 bilhões, crescimento de 167,5% na comparação com o último trimestre de 2021. As operações para infraestrutura somavam R$ 99,3 bilhões, alta de 5,7% em um ano.

O saldo da carteira imobiliária fechou o último trimestre de 2022 com o valor de R$ 637,9 bilhões, crescimento de 13,6% em relação ao mesmo período de 2021. No quarto trimestre de 2022 foram R$ 39,5 bilhões em contratações (considerando recursos SBPE e FGTS), 7,4% maior em relação ao mesmo período de 2021. Foram contratados R$ 21,8 bilhões somente com recursos do FGTS, crescimento de 40,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2022, foram R$ 161,7 bilhões em contratações de crédito imobiliário, crescimento de 15,0% sobre 2021.

As contratações para o Programa Casa Verde e Amarela totalizaram R$ 70,5 bilhões em 2022, crescimento de 22,2% em relação a 2021. Do total de contratos, 71% foram destinados aos grupos 2 e 3 (faixa de renda de R$ 2,4 mil até R$ 8 mil); 3% para o público pró-cotista e 26% ao grupo 1 (faixa de renda até R$ 2,4 mil).

A inadimplência da carteira de crédito total fechou o último trimestre de 2022 em 2,09%, ante 1,95% no mesmo período de 2021, apresentando um índice 1,12 p.p. menor quando comparado à concorrência. A cobertura da provisão finalizou o trimestre em 219,0%. O rating da carteira total possui 92,5% das operações classificadas em níveis de riscos entre AA e C, demonstrando qualidade e solidez.

A carteira de crédito possui 92% do saldo com garantias reais, concentradas em operações de longo prazo, principalmente por conta da carteira imobiliária, que corresponde a 63,0% da carteira total. Destaca-se que a carteira imobiliária, com R$ 637,9 bilhões de saldo,
apresenta R$ 1,2 trilhão em garantias, representando um Loan to Value (LTV) de 51,75%.

Os ativos totalizaram R$ 1,6 trilhão, aumento de 9,4% em relação a dezembro de 2021. O resultado é influenciado pelo aumento de 16,7% na carteira de crédito, em contraponto com a redução de 11,1% em Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e instrumentos financeiros
derivativos.

Em dezembro de 2022, a participação da carteira de crédito no total de ativos passou a representar 63,7% do total de ativos, um aumento de 4,0 p.p. em relação a dezembro de 2021. O saldo das aplicações em tesouraria (TVM) representa 15,1% de participação no total de ativos, redução de 3,5 p.p em relação ao mesmo período do ano anterior.