Lucro líquido ajustado da Cosan cresce 59,2% no 4° trimestre

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São Paulo, SP – A Cosan divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido ajustado de R$ 654,8 milhões, alta de 59,2% em comparação com o mesmo período de 2021. Sem ajustes, o lucro líquido somou R$ 806 milhões, queda de 36,9% na
comparação com o quarto trimestre de 2021.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado chegou a R$ 4,81 bilhões, alta de 74,2% em relação ao último trimestre de 2021, devido principalmente ao resultado da reavaliação das propriedades agrícolas do portfólio da Radar que totalizou R$ 1,3 bilhão e ao resultado robusto da Rumo.

A geração de caixa para acionistas (FCFE), foi de R$ 9 bilhões, 12,9 vezes maior do que o do quarto trimestre de 2021, reflexo da captação dos empréstimos na modalidade 4131 para aquisição das ações da Vale, geração de caixa operacional na Rumo e na Compass e venda dos terminais de elevação portuária T16 e T19 na Rumo.

A alavancagem em 31 de dezembro de 2022 foi de 2,2x, adição de 0,1x, devido ao crescimento da dívida líquida da Raízen impactada pela aceleração dos investimentos nas plantas de E2G e Biogás e na recuperação da produtividade agrícola. Ao comparar com o terceiro trimestre de 2022, a redução da alavancagem se deve à melhora da dívida líquida e do EBITDA acumulado, devido ao impacto da reavaliação de terras da Radar e melhora do resultado da Rumo.

Nesse trimestre, a Raízen finalizou o principal período de moagem da safra e alcançou um Ebitda ajustado de R$ 3 bilhões (-12%), impactado pelo menor resultado de Marketing & Serviços Brasil e de Açúcar. O Ebitda ajustado acumulado da safra foi de R$ 9,4 bilhões,
crescimento de 5% impulsionado pelo segmento de Açúcar com melhor precificação e maiores volumes vendidos.

O Ebitda Ajustado da Rumo foi de R$ 905 milhões (+2,2x) e R$ 4,5 bilhões (+38%) em 2022, em função do crescimento do volume transportado: 17,9 bilhões (+13%) de TKU no trimestre e volume recorde de 74,9 bilhões (+17%) de TKU no ano.

Este resultado foi consequência de uma dinâmica de mercado mais construtiva, com aumento da safra e maior competitividade da Rumo, suportado pelo aumento da capacidade, principalmente, na Operação Norte com destaque para maiores volumes de milho e farelo de soja no transporte de produtos agrícolas, além do aumento do transporte de combustíveis.

A margem Ebitda ajustada fechou o trimestre em 40,8% (+13,1% p.p.) e o ano em 46,1% (+1,8 p.p.), alavancada pelo crescimento de volume transportado e aumento de tarifa de 39,4% no quarto trimestre de 2022 e 16,6% em 2022.

O Ebitda ajustado da Compass somou R$ 913 milhões (+50%) e no ano atingiu R$ 3,5 bilhões (+28%), reflexo do maior volume de gás natural distribuído pela Comgás nos segmentos residencial e comercial, que neutralizou a queda de venda no industrial devido à atividade no período, associado ao reajuste da inflação nas margens. Além disso, o incremento no resultado se deve também à consolidação da Sulgás desde o início do ano e da Commit a partir do terceiro trimestre de 2022.

A Moove alcançou um Ebitda de R$ 200 milhões (+82%) no último trimestre de 2022 e R$ 851 milhões (+41%) em 2022, impulsionado pelo crescimento nas vendas, rentabilidade de seu portfólio e pela consolidação da Petrochoice e da Tirreno desde junho de 2022. Este resultado reflete os ganhos de eficiência operacional e a execução assertiva da estratégia comercial e de suprimentos da empresa em todas as regiões de atuação.

O Ebitda da Cosan Investimentos somou R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre de 2022, o principal componente do resultado é o segmento de Terras, composto por Radar, Tellus e Janus. O crescimento expressivo é resultado da reavaliação das propriedades agrícolas do
portfólio da Radar que foi realizada no quarto trimestre e totalizou R$ 1,3 bilhão.

O custo da dívida bruta encerrou o quarto trimestre de 2022 em R$ 3,4 bilhões, em função da despesa com a marcação a mercado dos derivativos atrelados à aquisição de participação minoritária da Vale, além do accrual de juros das duas Notas Comerciais, que foram resgatadas em dezembro de 2022, com valor de face R$ 4 bilhões, no trimestre e do incremento da taxa básica de juros na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A despesa com outros encargos e variações monetárias totalizou R$ 249 milhões no período, impactada pelo efeito da marcação a mercado do Total Return Swap, da atualização monetária das parcelas para pagamento em aberto de Radar, Tellus e Janus e pelo reconhecimento de juros sobre contingência referentes à reclassificação de alguns processos. As despesas bancárias, fees e outros somaram R$ 17 milhões no quarto trimestre de 2022.

Os investimentos consolidados da Cosan, em base pró-forma, finalizaram o quarto trimestre de 2022 em R$ 2,8 bilhões (+25%), impactados majoritariamente pelo acréscimo na Raízen (+42%), em função do ciclo de expansão do portfólio de Renováveis com avanço na construção de plantas de E2G e Biogás e foco na melhoria da produtividade, além dos investimentos para sustentação de novas operações em terminais, expansão da rede e renovação de contratos em Marketing & Serviços.

A dívida bruta consolidada pró-forma da Cosan finalizou o trimestre em R$ 70,7 bilhões (+5% versus terceiro trimestre de 2022), explicado principalmente pela emissão dos empréstimos na modalidade 4131 que somaram R$ 8,6 bilhões, utilizado para a aquisição das ações da Vale que compõem a estrutura do collar, além da marcação a mercado dos derivativos dessa transação.