Lucro da Suzano recua 49,1% no 1° trimestre, a R$ 5,24 bilhões

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São Paulo, SP – O lucro líquido da Suzano diminuiu 49,1% no primeiro trimestre, para R$ 5,24 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 15,7%, para R$ 11,28 bilhões.

No seu relatório do 1T23, a companhia disse que registrou lucro líquido de R$ 5.243 milhões, contra lucro de R$ 7.459 milhões no 4T22 e lucro de R$ 10.306 milhões no 1T22. O menor lucro líquido em comparação ao 1T22 é explicado pela variação negativa no resultado financeiro, como resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, parcialmente compensado pelo aumento no resultado operacional, por sua vez em função da elevação da receita líquida, a despeito do maior CPV e maior SG&A.

A redução em relação ao 4T22 foi decorrente do menor lucro operacional, explicado principalmente pela queda da receita líquida e pela variação negativa na rubrica outras receitas/despesas operacionais, (apesar da queda do CPV), parcialmente compensadas pela variação positiva no resultado financeiro e menor despesa de IR/CSLL.

A receita líquida da Suzano no 1T23 foi de R$ 11.276 milhões, sendo 81% gerada no mercado externo (vs. 83% no 4T22 e 81% no 1T22). Em relação ao 4T22, a queda de 22% da receita líquida ocorreu em função menor volume vendido (-12%) e pelo menor preço médio líquido de celulose em dólar (-13%) A elevação de 16% da receita líquida consolidada em relação ao 1T22 é explicada pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar (+13%) e preço médio líquido de papel (+32%), além do maior volume vendido no período (+2%), apesar da depreciação do USD médio em relação ao BRL (-1%)

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado aumentou 20,2%, para R$ 6,155 bilhões, devido ao maior preço médio líquido da celulose em dólar (+13%), do maior preço médio líquido de papel (+32%), além de maiores volumes vendidos (+2%). O resultado do EBITDA Ajustado foi parcialmente compensado, sobretudo pelo aumento do CPV base caixa por tonelada, pelo maior SG&A e pela desvalorização do USD médio frente ao BRL (-1%). O EBITDA ajustado por tonelada teve um aumento de 18% devido aos mesmos fatores, exceto pelo fator volume.

As vendas de papel e celulose da Suzano cresceram 1,5%, para 2,7 milhões de toneladas. A produção, por sua vez,ficou negativa em 0 mil de toneladas.

Em 31 de março de 2023, a dívida líquida era de R$ 55,2 bilhões (US$ 10,9 bilhões) versus R$ 57,1 bilhões (US$ 10,9 bilhões) observados em 31 de dezembro de 2022. A diminuição da dívida líquida em moeda nacional é explicada principalmente pelo impacto da variação cambial sobre o saldo de dívida em USD.

O índice de alavancagem financeira medido pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado em Reais ficou em 1,9x em 31 de março de 2023 (2,0x no 4T22). Esse mesmo indicador, apurado em USD (medida estabelecida na política financeira da Suzano), diminuiu para 1,9x em 31 de março de 2023 (2,0x no 4T22).

PROJEÇÕES

A Suzano elevou a projeção de investimento no Projeto Cerrado para R$ 22,2 bilhões de 2020 até 2024, de R$ 19,3 bilhões, dos quais R$ 15,9 bilhões referem-se ao investimento de capital industrial e R$ 6,3 bilhões relativos a investimentos florestais, logísticos e outros.A revisão considera apenas o montante previsto para o próximo ano, de R$ 2,2 bilhões para R$ 5,1 bilhões, sendo mantidos os valores até 2023.

Em 2023, a companhia investirá R$ 8,9 bilhões deste total no projeto, que começou em 2020.

A nova estimativa de capex considera os seguintes fatores em comparação à previsão anteriormente divulgada: correção monetária de contratos pela inflação, que inclui impactos de indexação e preços de commodities, incidente sobre o período compreendido entre o anúncio do projeto em novembro de 2021 até dezembro de 2023 (considerando a expectativa de inflação pela companhia prevista até dezembro de 2023), cujo desembolso financeiro irá ocorrer em 2024, quando da conclusão dos contratos com fornecedores e prestadores de serviços; e investimentos adicionais referentes à alternativas make or buy que visam maior eficiência econômica da nova planta e/ou minimização de riscos operacionais.

Como exemplos de tais investimentos, a companhia cita a construção de planta química de ácido sulfúrico, material rodante para escoamento da produção e terminal de exportação, equipamentos florestais, dentre outros.

A revisão da estimativa de capex total do projeto Cerrado contempla o benefício de aproximadamente R$ 300 milhões relacionados à apreciação cambial já incorrida até o momento sobre a parcela do investimento atrelada à moeda estrangeira (principalmente Euro).

Com base nas características técnicas e operacionais da nova planta e de sua base florestal bem como pelo modelo de gestão e planejamento adotado, a Suzano estima atingir, a partir da conclusão da curva de aprendizagem da nova planta industrial um custo caixa de produção de celulose (não incluindo paradas programadas para manutenção) de aproximadamente R$ 500 por tonelada.

A Companhia estima ainda, a partir do início do segundo ciclo florestal, adotando como referência a entrada em operação da nova fábrica, um custo caixa de produção de celulose (não incluindo paradas programadas para manutenção) de aproximadamente R$ 400 por tonelada, em regime.

As estimativas acima, refletem valores reais de 2023, não sendo consideradas expectativas ou premissas de inflação ou variação cambial no período. Considera-se nas estimativas a operação da nova planta em Ribas do Rio Pardo à plena capacidade. Entende-se por ciclo florestal o prazo característico de plantios de eucalipto para a produção de celulose de fibra curta branqueada para utilização na indústria de Papel & Celulose, informou a companhia.