Lucro ajustado do Banco do Brasil cresce 11,7%, a R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre

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São Paulo – O lucro líquido do Banco do Brasil aumentou 8,7% no segundo trimestre de 2023 (2T23), para R$ 8,35 bilhões, enquanto o resultado ajustado – que remove os efeitos de ganhos ou despesas não recorrentes – ficou positivo em R$ 8,785 bilhões, subindo 11,7% em relação a um ano antes. O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) alcançou 21,4%. O resultado foi influenciado pelo bom desempenho comercial e pelo crescimento das carteiras de crédito que impactaram positivamente a margem financeira bruta (+8,2%) e as receitas de prestação de serviços (+1,9%), especialmente àquelas vinculadas ao desembolso de crédito.

No lado das despesas, houve uma elevação da PCLD ampliada (+22,6%), decorrente do agravamento em linhas de créditos não consignados na carteira Pessoa Física e da piora de riscos na carteira Pessoa Jurídica, impactada pela elevação de nível de risco de créditos de empresa do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, saindo de risco F (50%) para o risco G (70%). As despesas administrativas (+3,9%) se mantiveram sob controle, refletindo a gestão adequada dos contratos e investimentos na transformação digital do Banco.

O valor adicionado à sociedade superou R$ 42,9 bilhões. O índice de capital principal do BB encerrou junho em 12,21%. Especificamente sobre o segundo trimestre de 2023, o lucro líquido ajustado foi de R$ 8,8 bilhões, 11,7% superior ao mesmo período do ano passado e 2,8% frente ao trimestre imediatamente anterior.

O resultado do semestre foi influenciado pelo crescimento da margem financeira bruta (+36,0%), decorrente dos bons resultados da carteira de crédito e dos títulos e valores mobiliários alocados em tesouraria.

As receitas de prestação de serviços cresceram 6,8%, notadamente nos segmentos comerciais como consórcios e seguros. Por outro lado, ocorreram elevações das despesas de PCLD ampliada (+128,8%) e das despesas administrativas (+7,4%), sendo essa última, em linha com o aumento dos funcionários no último acordo coletivo (8,0%), explicou a empresa.

A carteira de crédito do Banco do Brasil aumentou 13,6%, para R$ 1,045 trilhão no intervalo. O valor considera carteira de crédito classificada adicionada das operações com títulos e valores mobiliários privados (TVM privados) e das garantias prestadas.Destaque para a carteira de negócios sustentáveis, que totalizou R$ 321,6 bilhões, com crescimento de 10% em 12 meses, representando 31% da carteira de crédito ampliada do BB.

A Carteira Ampliada Pessoa Física teve crescimento de 0,6% na comparação com março/23 e 10,0% em 12 meses, alcançando R$ 302,1 bilhões, influenciada, principalmente, pelo desempenho na carteira de crédito consignado (+2,0% no trimestre e +9,3% em 12 meses).

A Carteira Ampliada Pessoa Jurídica aumentou 2,5% frente a março/23 e 10,4% em 12 meses, atingindo R$ 371,9 bilhões, com destaque para a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), com evolução de 1,4% no trimestre e 21,8% em 12 meses e para as Grandes Empresas Ampliada, que apresentaram crescimento de 2,9% no trimestre e 9,3% em 12 meses.

A Carteira Ampliada Agronegócios alcançou o saldo de R$ 321,6 bilhões, um crescimento anual de 22,7%. Destaque para as linhas de investimentos (+46,8% em 12 meses) e de custeio (+30,6% em 12 meses). O Plano Safra 2022/2023 foi encerrado em junho, com R$ 190 bilhões desembolsados, crescimento de 23,3% em relação à safra anterior. O BB liberou R$ 75 bilhões no semestre para o agronegócio e para a agricultura familiar, um volume 15% superior ao destinado no mesmo período do ano passado.

O retorno sobre o patrimônio líquido (RoE, na sigla em inglês) anualizado e calculado com base no patrimônio líquido contábil deduzido das participações minoritárias – que o Banco do Brasil chama de RSPL Mercado – cresceu 0,5 pontos porcentuais (pp) no segundo trimestre, para 21,3%.

A taxa de empréstimos inadimplentes há mais de 90 dias (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) cresceu 0,73 pp em relação a um ano antes, para 2,73% da carteira de crédito ampliada e o índice de cobertura (relação entre o saldo de provisões e o saldo de operações vencidas há mais de 90 dias) foi de 201,3%, ambos melhores do que a média do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

A despesa do Banco do Brasil com provisões para devedores duvidosos (PDD) levando em consideração a recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade aumentou 144,3% no segundo trimestre, para R$ 7,18 bilhões.

BANCO REVISA PROJEÇÕES PARA O ANO

O Banco do Brasil revisou suas projeções (guidance) para 2023, para carteira de crédito, para crescimento na faixa de 9-13%, de 8-12% anterior, tendo registrado alta de 15,3% no primeiro semestre (1S23).

Em empresas, a estimativa subiu para altas de 8-12%, de 7-11% antes, com aumento de 13,5% observado no 1S23.

A projeção para o Agronegócios agora é de crescimento entre 14-18% (de 11-15%) e observou +22,7% no semestre; a margem financeira bruta deve crescer entre 22-26%, a PLCD ampliada, entre R$ -27 e -23 bilhões, as receitas de prestação de serviços devem aumentar entre 4-8% em 2023.

O banco manteve as projeções para Pessoas Físicas (+7-11%), despesas administrativas (+7-11%) e lucro líquido ajustado (entre R$33-37 bi) em 2023.