Licenciamento total de veículos recua 5,6% em maio, na base anual

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Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini/IBGE

São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus recuou 5,6% em maio, para 176.524 unidades, ante 187.064 no mesmo mês de 2022. Ante o mês anterior, o indicador subiu 9,8%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves recuaram 5% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 166.381 unidades. Ante abril, o crescimento foi de 9,8%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 754.818 unidades, alta de 9,8% frente ao mesmo período de 2022.

A venda de caminhões recuou 20,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 8.223 unidades e alta de 5,1% ante abril. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 4,2%, a 44.663 caminhões.

No setor de ônibus, os emplacamentos cresceram 31,9% em base anual, a 1.920 unidades. Em relação a abril, a venda de ônibus subiram 36,3%. No acumulado do ano, houve acréscimo de 61,7% a 9.548 unidades.

EXPORTAÇÃO

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 1,065 bilhão em maio, alta de 12,9% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve alta de 17,7%, segundo a Anfavea.

PRODUÇÃO

Em maio, foram produzidas 217.575 unidades de veículos leves no Brasil, 15,1% acima que no mesmo mês de 2022. Na comparação mensal, houve alta 28%, de acordo com Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 222.914 unidades no mês passado, 10,7% acima do produzido em maio de
2022 e 27,4% a mais em comparação a abril.

No acumulado do ano, a produção total cresceu 6,2% para 942.768 unidades, na comparação anual, enquanto a produção de veículos leves nos cinco primeiros meses deste ano subiu 9,2% ante o mesmo período de 2022, para 895.052 unidades.

EMPREGOS

A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 1,1% na comparação com maio de 2022, para 100.181 posições. O número é 1% inferior na comparação com abril, quando o setor fechou com 101.226 postos, informou a Anfavea.

ESTÍMULO DO GOVERNO

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que a expectativa do setor é que o mercado aqueça com o anúncio do programa do governo federal que incentiva a renovação
da frota.

Leite destacou que as montadoras estão com estoque para suprir a demanda do programa, mas ponderou que o ideal é que houvesse um valor maior que o oferecido (R$ 500 milhões para veículos leves). A expectativa da entidade é que as vendas devem ficar entre 100 mil e 110 mil unidades.

“Diante do possível aumento da demanda, as montadoras vão disputar entre si para conseguir utilizar esse valor o máximo possível, ou seja, haverá uma disputa natural para
ver quem venderá no menor tempo possível”, comentou Leite.

Com deslocamento das vendas do fim de maio para junho, com a expectativa do anúncio do programa de incentivo do governo, os estoques de maio cresceram, fechando com 251,7 mil, número superior aos 206,1 mil unidades de abril. Os dias de estoque passaram de 35 dias em abril para 43 dias.

Leite lembrou que deste universo de 251,7 mil unidades em estoque, cerca de 115 mil estão dentro das características que são contempladas pelo programa do governo.

Por fim, o presidente da Anfavea enfatizou que a demanda aquecida ajuda a diluir os custos fixos e torna o produto mais competitivo e, naturalmente, aconteça uma redução do
preço final para o consumidor.

“Nos últimos anos dois acontecimentos influenciaram no preço da produção dos veículos: a crise na cadeia de abastecimento e o nível de exigência regulatória, que elevaram consideravelmente os custos dos automóveis”, concluiu Leite, que disse estar confiante em uma resposta rápida e sólida dos consumidores.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez uma pequena participação na coletiva de imprensa da Anfavea na manhã de hoje, e destacou os critérios adotados pelo programa.

“No caso dos carros, os descontos serão concedidos com base no cumprimento de três critérios: social (preço mais baixo), ambiental (carros que poluem menos) e densidade industrial (predominância de geração de empregos na indústria brasileira e uso de peças nacionais). Em resumo, quanto mais barato o carro e melhor sua eficiência energética, maior o desconto”, concluiu Alckmin.

MEDIDA PROVISÓRIA

O governo federal publicou hoje (6) a medida provisória que cria faixas de descontos para veículos populares conforme critérios de sustentabilidade econômica, ambiental e nacionalidade. Os descontos para os carros populares vão de R$ 2 mil até R$ 8 mil. O decreto está publicado no Diário Oficial da União.

Para ônibus e caminhões, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, e são associados à entrega de veículos da mesma categoria, usados e em condições de rodagem. Também é exigida que a documentação do veículo entregue esteja regularizada, com licenciamento
de 2022 e emplacamento

A medida provisória tem validade de quatro meses e durante esse período, o desconto será registrado na nota fiscal e não incidirá no cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o automóvel.

Com informações da Agência Brasil