São Paulo – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 4,8% em dezembro, para 216.923 unidades, ante 207.053 no mesmo mês de 2021. Ante o mês anterior, o indicador subiu 6,3%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano, os emplacamentos totais somaram 2,104 milhões de unidades, queda de 0,7% frente ao mesmo período de 2021.
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves subiram 4,2% em dezembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 202.155 unidades. Ante novembro, o crescimento foi de 5,3%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1,960 milhão de unidades, queda de 0,8% frente ao mesmo período de 2021.
O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, disse que, depois de um primeiro quadrimestre muito difícil em função da falta de semicondutores, o setor acelerou o ritmo e conseguiu atender parte da demanda reprimida nos mercados interno e externos.
Apesar da melhora, Leite lembrou que o país deixou de produzir 250 mil veículos em 2022 por causa da falta de semicondutores. O presidente da Anfavea também destacou a importância do aumento do crédito e do acesso mais barato para o consumidor.
“A questão do crédito é o tema mais urgente a ser atacado. Precisamos de juros mais baixos para atrair mais compradores para os veículos novos, sobretudo os modelos de entrada. Atualmente, 70% das vendas acontecem com pagamento à vista. Além disso, temas como a reindustrialização e a descarbonização nos impõem desafios e oportunidades. Vamos continuar mantendo o diálogo com os novos governantes em nível federal e estadual, além dos parlamentares, de forma a contribuir para o fortalecimento da nossa indústria ante uma conjuntura global cada vez mais competitiva”, destacou Leite, que enfatizou ainda que o país precisa ter uma base tributária competitiva em comparação a outras economias.
A venda de caminhões cresceu 5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 12.476 unidades e alta de 22,2% ante novembro. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 1,6%, a 126.642 caminhões.
No setor de ônibus, os emplacamentos cresceram 94,9% em base anual, a 2.292 unidades. Em relação a novembro, a venda de ônibus subiram 30,9%. No acumulado do ano, houve
acréscimo de 23,4% a 17.357 unidades.
EXPORTAÇÃO
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 819,1 milhões em dezembro, alta de 9,4% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve queda de 16,1%, segundo a Anfavea.
A ano de 2022 teve o melhor resultado desde 2019, com um crescimento de 37,6% em comparação com 2021. Apesar das restrições de comércio exterior impostas pela Argentina, o maior parceiro comercial do Brasil, o sensível crescimento dos embarques para todos os outros mercados latino-americanos, em especial México, Colômbia e Chile, permitiram o resultado positivo.
PRODUÇÃO
Em novembro, foram produzidas 175.274 unidades de veículos leves no Brasil, recuo de 11,1% no comparação ao mesmo mês de 2021. Na comparação com novembro, houve queda de 11,3%, de acordo com Anfavea.
Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 191.457 unidades no mês passado, 9,2% abaixo do produzido em dezembro
de 2021 e recuo 11,3% em comparação a novembro.
No acumulado do ano, a produção total cresceu 5,4% para 2.369.659 unidades, na comparação anual, enquanto a produção de veículos leves nos nove primeiros meses deste ano subiu 5,1% ante o mesmo período de 2021, para 2.176.179 unidades.
EMPREGOS
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva cresceu 1,4% na comparação com dezembro de 2021, para 102.444 posições. O número é 2% inferior na comparação mensal, com 104.523 postos em novembro, informou a Anfavea.
PROJEÇÕES PARA 2023
A entidade também apresentou suas projeções para este ano, com expectativa de uma alta de 3% nas vendas, passando de 2,104 milhões em 2022 para 2,168 milhões de unidades. Na categoria veículos leve, o aumento deve ser de 4,1%, mas para os pesados, deve ocorrer um recuo de 11,1%
Para as exportações, a expectativa é de uma queda de 2,9%, recuando de 481 mil unidades em 2022 para 467 mil unidades em 2023. A queda será mais acentuada em veículos pesados, com recuo de 8,7%, e 2,5% para os veículos leves.
Sobre a produção, a estimativa é crescer 2,2% em 2023, passando de 2,370 milhões de unidades para 2,421 milhões. Os veículos leves devem avançar 4,2%, mas a produção deve pesados recuar 20,4% para os veículos pesados.
