Licenciamento total de veículos cresce 13,1% em janeiro, na base anual

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Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini/IBGE

São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceu 13,1% em janeiro, para 161.615 unidades, ante 142.852 no mesmo mês de 2022. Ante o mês anterior, o indicador recuou 35%, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves cresceram 16,5% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 152.246 unidades. Ante dezembro, a queda foi de 35,7%.

Os emplacamentos tiveram o melhor desempenho para o mês desde 2021. A média diária foi de 7,6 mil unidades, 13,1% superior em comparação a janeiro de 2023, com 6,5 mil. A participação dos modelos híbridos e elétricos chegou ao patamar recorde de 7,9% em janeiro, impulsionada pela redução do imposto de importação vigente até o final de 2023.

A venda de caminhões recuou 21,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 8.217 unidades e queda de 20,6% ante dezembro.

No setor de ônibus, os emplacamentos recuaram 32,8% em base anual, a 1.151 unidades. Em relação a dezembro, a venda de ônibus recuou 22,2%.

O presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite, destacou que os emplacamentos de modelos estrangeiros tiveram em janeiro a maior participação dos últimos 10 anos. “A cada 10 autoveículos vendidos, 2 vieram de fora do país, alcançando 19,5% das vendas em janeiro.
Dos 31,5 mil importados licenciados, quase metade veio da Argentina (46%) e 25% da China. Os elétricos responderam por 14% dos modelos de fora do país, e os híbridos por 19% do total”, comentou Leite.

O presidente da entidade também ressaltou que o programa Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação) será fundamental para incentivar a indústria automotiva. “O Mover é fundamental para a indústria, trazendo previsibilidade aos investimentos e tornando o país mais competitivo. Já foram anunciados cerca de R$ 40 bilhões de investimentos no setor, e a perspectiva é que esse montante chegue a R$ 100 bilhões até 2029”, comemorou o executivo.

O programa Mover ampliou as exigências de sustentabilidade para a frota automotiva nacional, de forma a viabilizar a descarbonização dos veículos por meio de incentivos fiscais.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, participou da coletiva de imprensa realizada na manhã de hoje. Ele falou sobre o programa Mover e da ampliação do parque industrial do setor
automotivo.

“Já temos fábrica de ônibus elétrico. Teremos também duas fábricas de carros elétricos. São duas montadoras. A BYD [empresa chinesa que assumiu o complexo industrial que pertenceu à Ford] em Camaçari [BA]; e a GWM [Great Wall Motors, também chinesa], em São Paulo. Mas outras virão”, comentou Alckmin.

O ministro lembrou que o setor automotivo tem, entre suas vantagens, a de estimular uma cadeia longa de produtos que favorecem desde as indústrias do aço e de vidro, até de pneus e autopeças, “gerando muito emprego e agregando muito valor”.

Além do Mover, Alckmin lembrou que a queda da Selic [taxa básica de juros] e o Marco de Garantia, aprovado pelo Congresso Nacional, irão alavancar as vendas do setor. “O Marco de Garantia traz mais segurança, já que a empresa que vende um carro poderá pegar o veículo de volta caso a pessoa não pague”, explicou Alckmin.

EXPORTAÇÃO

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 620.596 milhões em janeiro, queda de 12,7% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação a dezembro de 2023, houve queda de 14%, segundo a Anfavea.

A redução dos embarques foi causada pela desaceleração econômica dos principais mercados de destino: Argentina, Colômbia e Chile. A principal queda aconteceu com as exportações da Colômbia, que recuou 79%, seguida pelo Chile (-60%), Argentina (-19%) e México (-19%).

PRODUÇÃO

Em janeiro, foram produzidas 143.027 unidades de veículos leves no Brasil, queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação mensal, houve queda de 11,7%, de acordo com Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 152.564 no mês passado, 0,1% inferior em comparação a janeiro de 2023 e 11,1% menor em comparação a dezembro do ano passado.

O fenômeno da estabilidade da produção é explicado novamente pelo aumento nas importações e queda nas exportações, apesar do crescimento do mercado interno.

EMPREGOS

A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 2,2% na comparação com janeiro de 2023, para 99.883 posições. O número é 1% superior na comparação com dezembro, quando o setor alcançou 98.933 postos de trabalho, informou a Anfavea.