Licenciamento total de veículos cai 2,4% em junho, na base anual

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São Paulo - Pátio de montadora em São Bernardo do Campo

São Paulo, SP – O licenciamento total de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 2,4% em junho, para 178.067 unidades, ante 182.453 no mesmo mês de 2021. Ante o mês anterior, o indicador teve recuo de 4,8%, informou a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Já os licenciamentos de automóveis e comerciais leves caíram 2,3% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 165.688 unidades. Ante maio, houve recuo de 5,4%. No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 1,07 milhão de unidades, queda de 15,4% frente ao mesmo período de 2021.

A venda de caminhões recuou 3,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 10.975 unidades e alta de 5,6% ante maio. No acumulado do ano, por sua vez, houve queda de 1,9%, a 57.605 caminhões. No setor de ônibus, os emplacamentos diminuíram 1,8% em base anual, a 1.404 unidades. Em relação a maio, a venda de ônibus teve queda de 3,6%. No acumulado do ano, houve queda de 3% a 7.309
unidades.

CRÉDITO

Para presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, a dificuldade de conseguir crédito reflete a queda na venda de automóveis financiados. Atualmente, o número de vendas à vista superou as vendas a prazo, chegando a 60% do mercado.

Segundo Leite, cerca de 53% dos pedidos de crédito são aprovados atualmente, reduzindo assim a quantidade de crédito disponível no mercado. A alta taxa de inadimplência, além do aumento das taxas de juros, reduziu a concessão de crédito e dos financiamentos, impactando diretamente as vendas de automóveis.

A entidade disse que a redução do IPI é fundamental para o crescimento do setor automobilístico. Em fevereiro, o governo reduziu o IPI em 25%, ampliando para 35% no fim de abril. O setor automotivo, no entanto, foi beneficiado apenas com a primeira redução, que ficou em 18,5%.

EXPORTAÇÃO

A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 1 bilhão em junho, alta de 68,1% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês anterior, houve crescimento de 6%, segundo a Anfavea.

PRODUÇÃO

Em junho, foram produzidos 187.237 unidades de veículos leves no Brasil, 23,8% acima que no mesmo mês de 2021. Na comparação mensal, houve queda de 0,9%, de acordo com Anfavea.

Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 203.598 unidades no mês passado, 21,5% acima do produzido em junho de 2021 e 1,1% a menos que em maio.

No acumulado do ano, a produção total caiu 9,5% para 888.091 unidades, enquanto a produção de veículos leves nos cinco primeiros meses deste ano diminuiu 10,2% ante o mesmo período de 2021, para 819.349 unidades. A média de paralisação recuou para 18 dias, diante da escassez de semicondutores, reflexo da pandemia e da forte retração da atividade econômica na China. Em abril, o número de dias de fábricas paralisadas foi de 21 dias.

EMPREGOS

A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva recuou 0,2% em na comparação com junho de 2021, para 102.538 posições. O número é 0,7% superior na comparação mensal, com 101.833 postos em maio, informou a Anfavea. De janeiro a junho, a indústria automobilística criou 27 mil postos de trabalho.

PROJEÇÕES

A Anfavea revisou suas projeções para o ano. A estimativa de licenciamento total para o ano passou para alta de 1,0%, para 2,140 milhões de unidades, de crescimento de 8,5% prevista anteriormente (2,3 milhões de unidades).

O licenciamento de veículos leves deve encerrar o ano em alta de 0,9% no ano, a 1,994 milhões de unidades. Em janeiro, a entidade previa um crescimento de 8,4% em 2022.

A exportação total de veículos foi revisada para cima, com expectativa de avanço de 22,2% em 2022, para 460 mil unidades, de estimativa de alta de 3,6% anunciada em janeiro.

No ano, a projeção para a produção é de alta 4,1% nesse ano, totalizando 2,340 milhões
de veículos, de crescimento de 9,4% previsto anteriormente.

Em comunicado publicado na manhã de hoje, a entidade destacou que, apesar das restrições de produção, da elevação da inflação e dos juros em alta, todos os indicadores de projeções subiram para o fechamento de 2022, mas com menos otimismo que as estimativas apresentadas no início do ano.

“Mesmo com a recuperação no segundo trimestre, os fracos resultados do início do ano impactaram os números do primeiro semestre, na comparação com o mesmo período de 2021. Por outro lado, as exportações cresceram no período”, detalhou a nota.