Justiça suspende decisão que bloqueava R$ 346 milhões da Usiminas

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São Paulo, SP – A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) informou que conseguiu na Justiça a suspensão do bloqueio judicial de suas contas bancárias no valor de R$ 346 milhões. A decisão foi proferida pelo desembargador Fábio Torres de Sousa, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que suspendeu a liminar até o julgamento do Agravo de Instrumento, suspendendo, em consequência, as determinações de bloqueio de valores
nas contas.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tinha conseguido uma decisão liminar da Justiça determinando o bloqueio deste valor da Usiminas, sediada em Ipatinga, no Vale do
Aço. A decisão atendeu ao pedido do MPMG que propôs uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa, em julho deste ano, requerendo reparação por dano moral coletivo em razão da emissão de poluentes em desacordo com os padrões especificados pela legislação ambiental em vigor, causando poluição atmosférica.

Em nota, a companhia disse que discorda das alegações e argumentos aduzidos pelo MPMG, e que ainda se encontra em estágio inicial, não tendo sequer começado a fase de
especificação e produção de provas.

“Adotamos diversas medidas voltadas à melhoria da qualidade do ar no munícipio de Ipatinga/MG e intensificamos nossas ações com foco no meio ambiente, tendo desembolsado cerca de R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos em ações relacionadas a melhorias em seus parâmetros ambientais”, explicou a Usiminas.

Por fim, a Usiminas esclareceu que a decretação do referido bloqueio não era capaz de acarretar efeito materialmente relevante sobre a condução de seus negócios e atividades ou sobre a sua situação financeira ou patrimonial, uma vez que não a impedia de continuar
honrando normalmente suas obrigações financeiras. Nesse sentido, a Usiminas esclarece que possui caixa de mais de R$ 4,9 bilhões.

ALTO-FORNO 3

A reforma do Alto-Forno 3 (AF3) da usina de Ipatinga (MG), da Usiminas, que teve início em abril e com uma expectativa de durar até julho, provavelmente terá seu fim em outubro, sofrendo o segundo adiamento, segundo mencionou a Platts nesta quinta-feira (21), a partir de fontes de mercado. A reforma do Alto Forno 3 é um dos maiores
investimentos da Usiminas na última década, com aporte de R$ 2,7 bilhões.

A Genial avalia que, com isso, a companhia terá que reforçar seu estoque de placas, mantendo a pressão de custos para o segundo semestre e refletindo em resultados piores.

A Ativa Investimentos comenta que, se confirmada a notícia, este seria o segundo adiamento da reabertura do referido ativo da empresa, que à priori, teria a sua reforma concluída anteriormente até agosto deste ano. “A possibilidade de ocorrência do novo adiamento é negativa para as ações da companhia, sobretudo pois ao manter o alto-forno fechado por mais tempo, a Usiminas ficaria mais exposta à variação do preço de aquisição de placas no mercado internacional”, comenta.

“Além do impacto nos custos da empresa, lembramos que o ramp-up do forno também não é imediato e o novo adiamento deve contribuir para que a companhia tenha um topline abaixo do seu potencial por pelo menos mais um mês quando o forno for reinaugurado. Diante do exposto, mantemos nossa recomendação de venda ao papel”, conclui a Ativa.

Procurada pela Agência CMA, a Usiminas não retornou o pedido de confirmação. O texto será atualizado se a empresa enviar novas informações.