Itaú Unibanco começa 2022 com lucro líquido recorrente de R$ 7,3 bi no trimestre

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Fachada de agência do Itaú. (Foto: Thomas Hobbs/Flickr)

São Paulo – O Itaú Unibanco divulgou hoje o balanço do primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido recorrente foi de R$ 7,3 bilhões, alta de 15% na comparação com o mesmo período do ano passado, e crescimento de 2,8% em relação ao último trimestre de 2021. O retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido subiu 1,9%.

O lucro líquido contábil atingiu R$ 6,7 bilhões, com aumento de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita financeira líquida foi de R$ 21 bilhões, alta de 7,9% em relação ao mesmo período de 2021, que anotou R$ 19,5 bilhões.

A margem com clientes atingiu R$ 20 bilhões, um crescimento de 0,7% no trimestre. Essa evolução ocorreu em função do maior volume de crédito e da mudança de mix de produtos, com maior crescimento relativo de produtos com melhores spreads. A margem com mercado recuou 22,5% em comparação ao último trimestre de 2021 e ficou em R$ 1 bilhão, principalmente em função da estratégia de hedge do índice de capital.

O retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) foi de foi de 20,4%, alta de 1,9% comparação ao primeiro trimestre de 2021.

De acordo com o Itaú, houve um salto de 69,5% no custo do crédito, que totalizou R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre. O resultado ocorreu devido à expansão da carteira de crédito.

O aumento de 57,8% das despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD) ocorreu nos Negócios de Varejo no Brasil, relacionado com a maior originação em produtos de crédito ao consumo sem garantias. Na América Latina, a redução da despesa de PDD no trimestre ocorreu principalmente devido ao impacto da variação cambial no período.

A carteira de crédito total encerrou o primeiro trimestre com R$ 1,032 bilhão, alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2022, e crescimento de 0,5% na comparação ao quarto trimestre de 2021.

A carteira de pessoas físicas cresceu 4,4% no trimestre e 33% em 12 meses. O crescimento foi impulsionado principalmente pelos aumentos de 7,5% em crédito pessoal, 5,4% em crédito imobiliário e 4,4% em cartão de crédito. Em 12 meses, merece destaque os crescimentos de 44,5% em crédito imobiliário, resultante do patamar histórico de originação de crédito imobiliário no decorrer de 2021, e 41,4% em cartão de crédito, relacionado a mudança comercial na oferta dos nossos produtos.

A inadimplência total subiu no período. No total, as dívidas vencidas há mais de 90 dias chegaram a 2,6%, ou seja, 0,3 ponto percentual que no primeiro trimestre de 2021 e apenas 0,1 ponto percentual em relação ao quarto trimestre.

Segundo o relatório, o aumento ocorreu devido à maior inadimplência no segmento de pessoas físicas no Brasil, que está se normalizando, nas carteiras de cartão de crédito e financiamento de veículos, devido à rolagem dos créditos que se encontravam na faixa de 15 a 90 dias de atraso no trimestre anterior, porém segue em patamar historicamente baixo.

O custo do crédito aumentou R$ 768 milhões em relação ao último trimestre de 2021. Esse crescimento é explicado pela maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos Negócios de Varejo no Brasil, em função da maior originação em produtos de crédito ao consumo sem garantias. Além disso, a recuperação de créditos baixados como prejuízo é sazonalmente menor no primeiro trimestre e tivemos maior impairment de títulos privados nos Negócios de Atacado no Brasil.

Em relação ao primeiro trimestre de 2021, o custo do crédito aumentou R$ 2,8 bilhões. Essa variação ocorreu principalmente nos Negócios de Varejo no Brasil, com aumento de R$ 2.167 milhões da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa e de R$ 174 milhões em descontos concedidos, relacionados com o crescimento da carteira neste segmento.

Os ativos totais aumentaram 0,8% no trimestre, principalmente devido ao crescimento de 2,6% em títulos e valores mobiliários. Em 12 meses o crescimento foi de 2,6% e está relacionado com o aumento de 11,6% em operações de crédito, líquidas de PDD. A redução de 24,2% no ativo permanente, tem como principal responsável o efeito da cisão parcial do
investimento detido na XP Inc. para uma nova sociedade, a XPart.

Os recursos de aceites e emissão de títulos cresceram 20,2% no trimestre (principalmente em captações de letras financeiras e imobiliárias, que cresceram 50,6% e 32,9%, respectivamente) e compensaram em parte a redução de 5,1% dos depósitos. Em 12 meses, houve redução de 20,6% em participações minoritárias nas subsidiárias, relacionado ao aumento da participação no Itaú Corpbanca.

Projeções

Por fim, o relatório traz as projeções para o ano, que ficaram inalteradas. A carteira de crédito total deve crescer entre 9% e 12%, e a margem financeira com clientes, deve ficar entre 20,5% e 23,5% neste ano.

A estimativa de receita de prestação de serviços e resultado de seguros ficou entre 3,5% e 6,5%. Já as despesas não decorrentes de juros devem fechar o ano entre 3,5% e 6.5%.