Intenção de consumo das famílias cresce em junho, mas segue baixa, diz CNC

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São Paulo – O índice de intenção de consumo das famílias brasileiras aumentou 2,1% em junho ante o mês anterior, a 67,5 pontos, depois de ter caído por dois meses consecutivos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O nível do indicador, no entanto, ainda é o menor desde agosto do ano passado e o mais baixo para um mês de junho desde o início da série histórica, em 2010. Na comparação anual, houve queda de 2,6%.

Segundo a CNC, a melhora da intenção de consumo na comparação mensal reflete o aumento do otimismo dos consumidores em relação aos indicadores econômicos e as medidas do governo para mitigação de impactos da pandemia, como o auxílio emergencial.

Os dados mostraram também que a maioria dos entrevistados pela CNC (43,2%) apontou que a renda familiar piorou em junho ante maio, quando 42,9% haviam indicado esta piora.

A maior parte dos entrevistados (35,5%), porém, respondeu que se sente tão segura com seu emprego quanto no ano passado, maior percentual da série histórica e uma proporção acima do mês anterior (34,3%) e de junho passado (31,3%). Ao contrário de maio passado, quando o item havia sido destaque negativo, em junho o tema voltou a ser o maior marco do mês.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, aponta que as famílias registraram expectativas positivas sobre o mercado de trabalho tanto no curto quanto no longo prazo, o que permitiu a retomada no consumo.

“A confiança no emprego é o que tem mantido as pessoas consumindo na pandemia. Quando há deterioração nas empresas, acontece um efeito dominó que impacta o orçamento das famílias e impede o acesso. O ICF tem sido um instrumento de análise bastante alinhado com essa expectativa”, resume.