Há motivos por otimismo econômico cauteloso, diz vice da Comissão Europeia

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O vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis / Foto: União Europeia

São Paulo – Os próximos meses serão difíceis na União Europeia (UE), mas há razões para um otimismo cauteloso com aceleração da retomada econômica na segunda metade do ano, e com o apoio de políticas fiscais, disse o vice-presidente da UE para Economia que trabalha para pessoas e chefe de Comércio, Valdis Dombrovskis.

“Sabemos que ainda temos meses difíceis pela frente. Mas agora há motivos para um otimismo cauteloso. Ainda está, é claro, sujeito a grandes incertezas, mas o crescimento deve ser retomado na primavera e acelerar na segunda metade do ano”, afirmou ele, ao Parlamento Europeu, em discurso sobre o Semestre Europeu.

Segundo Dombrovskis, o Produto Interno Bruto (PIB) da UE deve atingir o nível anterior à pandemia de covid-19 em meados de 2022, pelas projeções atuais.

“O mais importante é que as medidas de apoio fiscal permaneçam em vigor enquanto for necessário. Para este ano e no próximo, a postura fiscal geral deve seguir positiva”, disse ele, citando que o Mecanismo de Recuperação e Resiliência impulsionará o financiamento sem aumentar dívidas e déficits nacionais.

Para Dombrovskis, a cláusula de escape geral do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que permite aos países aumentarem os gastos públicos, deve manter-se ativa em 2022 e não mais em 2023, quando a produção econômica atingir os níveis anteriores à pandemia.

O chefe de Comércio da UE reiterou que no momento apropriado os países devem alcançar posições orçamentais prudentes. “Uma vez que a crise ampliou as divergências e aumentou as desigualdades, também precisamos melhorar a convergência, a resiliência e garantir o crescimento inclusivo”, disse.

Ainda segundo Dombrovskis, as medidas fiscais e de liquidez amorteceram a contração do PIB em 2020 em cerca de 4,5 ponto percentual (pp), citando a cláusula geral de escape e flexibilidade de regras para auxílios estatais. “Nossa resposta política conjunta foi bem-sucedida”, disse.

Ele afirmou que o pacote de recuperação da Próxima Geração da UE é o principal instrumento de financiamento enquanto os países se preparam para a fase pós-crise. “O que é importante agora é preparar planos nacionais de recuperação e resiliência de alta qualidade e implementá-los rapidamente”.

Por fim, ele disse que os planos devem ser ambiciosos e conter um equilíbrio adequado entre reformas e investimentos, bem como ter um forte foco nas transições verdes e digitais.