Goldman Sachs reduz crescimento do PIB da China para 3% em 2022

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Foto: Freeimages.com/ Martin Boulanger

O banco nova-iorquino Goldman Sachs revisou para baixo a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para a China neste ano, para 3%. “Depois de recebermos os dados de julho, o que vimos foi uma diminuição sequencial de junho a julho, portanto, a suposição de que a atividade chinesa continuará se recuperando parece não ser o caso e, ao mesmo tempo, estamos vendo sinais de que o setor imobiliário está arrastando bastante a economia”, disse a economista chefe para a China do banco, Hui Shan.

Outro banco que cortou a previsão de crescimento chinês para um índice ainda menor, de 2,8%, foi o banco japonês Nomura. Em ambos os casos, as perspectivas negativas mostram o pessimismo dos bancos a respeito do PIB chinês.

Indicadores chineses como a venda no varejo de móveis, material de construção e demais itens ligados à habitação tiveram um desempenho abaixo do esperado, o que indica uma desaceleração econômica. “Estamos vendo que o clima mais quente e as restrições de energia causam alguns cortes de produção em certas partes do país”.

As altas temperaturas que atingem o hemisfério norte no fim do verão vêm causando problemas para as economias destes países. Na China, empresas estão suspendendo o funcionamento de algumas empresas para poupar energia, visto que o consumo acima do esperado para o resfriamento dos edifícios sobrecarrega a rede elétrica.

Com relação à política monetária do Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país), a economista disse acreditar que a China está relutante em aumentar os estímulos fiscais, diferente do que acontece com os Estados Unidos. “Para combater a inflação, o Federal Reserve tem uma taxa de juros de 2,25% de março a julho, mas você na China, há uma pressão descendente na economia. Quanto o PBoC cortou as taxas de juros este ano em 20 pontos percentuais, o banco parece muito limitado”.

A economista do Goldman Sachs disse que o banco não deverá revisar novamente para baixo a previsão do crescimento do PIB chinês. “Vamos observar os dados muito de perto, por exemplo, a restrição de energia depende do clima que realmente não podemos prever, então certamente este é um momento altamente incerto antes de previsões para os investidores”.

Ainda assim, Hui Shan disse que aguarda um crescimento mais robusto no segundo semestre, especialmente por conta do aumento das exportações. “O consumo, o investimento e as exportações podem ser os únicos pontos positivos em nossa economia”, conclui.