França anuncia flexibilização de bloqueio por covid-19 a partir de sábado

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São Paulo – O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou ontem à noite que as restrições ligadas ao novo coronavírus serão gradualmente relaxadas no país a partir de sábado, antes do feriado de Natal. Macron também disse que não tornará obrigatória a vacinação contra covid-19 quando a injeção ficar disponível.

“O pico da segunda onda da epidemia já passou”, disse Macron em anúncio à nação pela televisão. “O espírito de responsabilidade cívica de vocês mostrou ser eficaz e aprendemos a tratar melhor os pacientes”. Segundo o presidente, houve uma queda expressiva nos casos diários no país – passaram de 60 mil antes do início do lockdown, no final de outubro, para 20 mil, na semana passada.

De acordo com o presidente, a flexibilização do bloqueio ocorrerá em três etapas. A primeiro começa no sábado, com as pequenas empresas sendo autorizadas a reabrir até às 21h, locais de culto religioso podendo realizar cerimônias para até 30 pessoas por vez e a extensão do raio para atividades físicas ao ar livre de um quilômetro para 20 quilômetros a partir de casa.

Caso o número de casos diários de covid-19 permaneça na média de 5 mil e o número de novos pacientes internados na UTI fique controlado entre 3 mil e 2,5 mil, a próxima etapa se inicia no dia 15 de dezembro. Nessa fase, o bloqueio será completamente suspenso, mas haverá toque de reclher entre 21h e 7h da manhã, exceto na véspera de Natal e Ano Novo. As viagens serão permitidas para que as pessoas passem o Natal com a família, e museus, cinemas e teatros poderão reabrir.

“Mas invoco seu senso de responsabilidade: este certamente não será um Natal como os outros”, disse Macron. “Devemos continuar vigilantes e implementando o distanciamento social, usando máscaras e lavando as mãos”.

Restaurantes, bares e academias serão os últimos a reabrir, no dia 20 de janeiro, se a epidemia continuar contida e não aumentar depois das festas.

“Devemos fazer de tudo para evitar um terceiro bloqueio”, disse Macron, acrescentando que a França tinha três ferramentas para tentar garantir que isso aconteça: comportamento pessoal responsável, uma estratégia de teste e a chegada da vacina.

“Nossa estratégia depende de várias vacinas. Algumas estarão disponíveis no final de dezembro e início de janeiro e uma segunda geração chegará na primavera”, disse Macron.

Com alto ceticismo sobre a vacina na França e crescentes teorias de conspiração e suspeita sobre políticas governamentais, Macron procurou tranquilizar as pessoas sobre as medidas que o governo tomaria para garantir que a vacina seria segura, incluindo o envolvimento de um comitê científico e um coletivo de cidadãos.

“A vacinação deve ser feita de forma clara e transparente, compartilhando em todas as etapas todas as informações sobre o que sabemos e o que não sabemos. Quero ser claro: não vou tornar a vacinação obrigatória”, anunciou Macron.

O presidente também informou, por fim, que os proprietários de empresas fechadas durante o bloqueio receberão apoio financeiro adicional para amenizar o golpe econômico, com um esquema de compensação financiado pelo estado fornecendo 20% de sua receita prevista durante o período (com base em números de 2019) ou até 10 mil euros.