Federação Única dos Petroleiros quer impedir conclusão de venda de refinarias da Petrobras

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Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). (Foto: André Valentim/Agência Petrobras)
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). (Foto: André Valentim/Agência Petrobras)

São Paulo – O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e um dos membros do grupo técnico da equipe de transição do governo da área de Minas e Energia, Deyvid Bacelar, defende a suspensão de todo o atual processo de privatização de unidades da Petrobras.

Segundo Bacelar, a Petrobras está correndo para fechar operações de conclusão de venda, o denominado closing, até 31 de dezembro, citando o caso das refinarias Isaac Sabbá, no Amazonas (Reman), e Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará. “Temos que barrar essas privatizações”, diz ele, referindo-se ainda à venda da Unidade de Industrialização do Xisto (Six) no Paraná, a TBG, que faz o transporte de gás da Bolívia para o Brasil, Polo Bahia Terra e Albacora Leste, entre outros.

A Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), era uma das oito refinarias listadas em acordo de privatização firmado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras.Além da refinaria mineira, outras três unidades foram efetivamente colocadas à venda no governo Bolsonaro, mas tiveram o processo de privatização paralisado: a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; e a Refinaria Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco.

Segundo Bacelar, a equipe de transição também reforçará o pedido de suspensão do anúncio do Plano Estratégico da estatal para o período 2023/2027, previsto para o final deste mês, feito pela FUP no último dia 11, em ofício ao presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, assim como o cancelamento da distribuição de R 43,7 bilhões em dividendos a acionistas, referentes ao terceiro trimestre deste ano. O pagamento foi confirmado pela companhia na última sexta-feira.

Estamos em transição de governo; portanto, é razoável que o novo plano estratégico seja realizado a partir das orientações e prioridades estratégicas do novo governo, disse Bacelar, informando que a equipe do GT vai solicitar reunião com o presidente da Petrobrás para que a empresa se envolva com o processo de transição.

O anúncio feito pelo ministro Adolfo Sachsida de suspensão de qualquer medida de caráter estratégico do Ministério de Minas e Energia (MME), até a posse do novo governo, é fruto de demanda feita pelo grupo técnico do governo de transição e da luta permanente da Federação Única dos Petroleiros em defesa do patrimônio público e da Petrobras, empresa que, ao longo do governo Bolsonaro, foi fatiada com a venda de ativos estratégicos, disse o coordenador-geral da FUP, em comunicado.