Europa precisa se preparar para inverno, há risco real de falta de energia

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Inverno em Zurique; o risco de falta de energia para a estação existe | Foto: Juan Rubiano

Com as sanções ao petróleo russo por conta da invasão na Ucrânia, a União Europeia (e a Europa, por extensão) corre o risco de não ter energia suficiente para passar pelo inverno. A declaração é da comissária da União Europeia para a Energia, Kadri Simson.

“O inverno está chegando e será um momento desafiador. Não estamos apenas olhando para os preços elevados, existe um risco real de não termos energia suficiente para as nossas sociedades. Temos de garantir que o impacto nos cidadãos e na indústria seja o mais baixo possível. Portanto, a preparação é fundamental”, disse, em seu discurso no fórum econômico Three Seas, que acontece em Riga, capital da Letônia.

Dessa forma, os países estão recorrendo ao armazenamento de energia. Há uma regulamentação de ter os estoques de combustível em até 90% até o dia 1º de novembro de 2022.

“A armazenagem está avançando bem, apesar dos preços elevados. O nível de armazenamento em toda a União Europeia já está acima de 50% da capacidade, cerca de seis pontos percentuais acima do ano passado na mesma época”.

Simson também citou a importância de se diversificar as fontes de energia, para não serem dependentes do gás russo. “Nosso objetivo é substituir o gás russo por suprimentos de gás natural liquefeito, além de gasodutos adicionais. As coisas já estão caminhando na direção certa. Nossa dependência das importações russas já está diminuindo”. Segundo ela, em abril de 2021, 45% do gás veio da Rússia e, em abril de 2022, está em 31%.

Por conta da cooperação entre os países da Europa, o suprimento de gás pode ser desviado para onde for mais necessário. Ainda assim, a União Europeia está preparando um plano de contingência para que os estados-membros possam reduzir a demanda.

“Não há risco imediato para a nossa segurança de abastecimento, mas, se necessário, vamos tratá-lo com espírito de solidariedade e minimizar o impacto nos cidadãos e nas empresas da União Europeia. Temos trabalhado arduamente para melhorar nossa preparação para interrupções de gás, incluindo os cenários mais graves”.