EUA autorizam 3a dose de vacina contra covid-19 para imunocomprometidos

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Foto: BioNTech

São Paulo – A Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA, equivalente a Anvisa no Brasil) autorizou a aplicação de uma dose de reforço da vacina contra covid-19 para pessoas imunocomprometidas, e estuda se uma dose adicional pode ser necessária para a população em geral.

“O país entrou em mais uma onda da pandemia de covid-19, e a FDA está especialmente ciente de que pessoas imunocomprometidas estão particularmente sob risco de doença grave”, de acordo com Janet Woodcock, Comissária Interina da FDA, em comunicado.

“Após uma revisão completa dos dados disponíveis, a FDA determinou que este grupo pequeno e vulnerável pode se beneficiar de uma terceira dose das vacinas Pfizer-BioNTech ou Moderna”, disse ela, citando que a medida fornecerá proteção extra.

“Outros indivíduos que estão totalmente vacinados estão adequadamente protegidos e não precisam de uma dose adicional da vacina de covid-19 neste momento. A FDA está ativamente envolvida em um processo rigoroso com base científica com nossos parceiros federais para considerar se uma dose adicional pode ser necessária no futuro.”

A medida vem em meio a evidências de que as vacinas são menos eficazes na proteção de pessoas imunocomprometidas da covid-19 do que na proteção da população em geral.

“Dados recentes mostram que algumas pessoas imunocomprometidas, como pessoas que tiveram transplante de órgãos e alguns pacientes de câncer, podem não ter tido uma resposta imune adequada a apenas duas doses da vacina contra covid-19. Para ser clara, é uma população pequena, estimamos em menos de 3% dos adultos”, disse a diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), Rochelle Walensky.

Segundo ela, ontem em coletiva de imprensa, o CDC atualizará suas recomendações com base na decisão da FDA, e fará uma reunião ainda hoje para discutir o assunto e oferecer recomendações.

Há três vacinas contra covid-19 autorizadas para uso nos Estados unidos. As da Pfizer e sua parceira BioNTech, e as da Moderna requerem duas doses para proteção total, enquanto a vacina da Johnson & Johnson envolve uma dose única. Cerca de metade da população dos Estados Unidos, aproximadamente 167,1 milhões de pessoas, já recebeu a imunização completa contra covid-19.

Segundo alguns especialistas em saúde pública e fabricantes de vacinas, uma dose de reforço da vacina pode ser necessária para a população em geral para manter uma forte proteção em especial contra novas variantes do coronavírus, como a Delta, mais contagiosa.

“Acreditamos que mais cedo ou mais tarde precisaremos de um reforço para maior durabilidade e proteção”, disse o especialista em doenças infecciosas da Casa Branca, doutor Anthony Fauci. “Neste momento, além de pessoas imunocomprometidas, não acreditamos que outros, idosos ou não, que não sejam imunocomprometidos, precisem de vacina. Mas é um processo dinâmico, estamos avaliando”, afirmou. “Estamos nos preparando para a eventualidade disso”.

A expectativa é de que o governo de Joe Biden decida sobre uma estratégia de reforço mais ampla até setembro. Outros países, incluindo Israel, autorizaram doses extras para pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países que suspendessem a oferta de reforços de vacinas contra covid-19 para ajudar outras nações com pouco acesso a doses.