Empresa diz que quer esclarecer os fatos, após MPF denunciar 11 pessoas

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Por Leandro Tavares

São Paulo – Após o Ministério Público Federal (MPF) oferecer denúncia a 11 pessoas no âmbito da Operação Trapaça, a BRF disse que tem total interesse no esclarecimento dos fatos já que os princípios que guiam a empresa são baseados em transparência, respeito à legislação e tolerância zero com qualquer conduta indevida.

Em nota, a empresa afirma que nenhum membro da administração, diretor ou executivo em posição de gestão atual foi denunciado. “Dentre os onze denunciados, um colaborador da área técnica foi afastado na data de hoje (ontem), seguindo a política adotada pela empresa de afastar preventivamente todos os funcionários citados em investigações até o total esclarecimento dos fatos. Os demais não fazem parte do quadro da empresa”.

A companhia ressaltou que cumpre as normas e regulamentos referentes à produção e comercialização de seus produtos e que possui rigorosos processos de segurança alimentar, controles de qualidade e não compactua com práticas ilícitas.

Além disso, a BRF afirmou que continuará colaborando com as autoridades e reitera seu compromisso em aprimorar constantemente seus processos para garantir os mais elevados padrões de segurança, integridade e qualidade.

A acusação do MPF aponta irregularidades cometidas na fabricação de rações e do composto Premix (complemento adicionado às rações) da empresa, no mínimo, entre 2014 e 2018.

As 11 pessoas foram denunciadas pelos crimes de estelionato qualificado, falsidade ideológica, invólucro ou recipiente com falsa indicação, falsificação de substância ou produto alimentício, falsificação de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e associação criminosa.

Segundo o MPF, as investigações apontam provas robustas de que os funcionários empregavam substâncias proibidas pela legislação brasileira na fabricação do composto Premix ou utilizavam substâncias permitidas, mas em dosagem diversa do que a declarada às autoridades e constante dos rótulos dos produtos.

O MPF ressalta ainda que os crimes não eram exceções ou meros desvios de conduta pontuais de alguns funcionários, mas praticado de forma consciente e sistemática, constituindo-se como verdadeira política da empresa e realizada em diversas escalas de empregados.

Os denunciados foram Augusto Heck, Fabiana Rassweiller de Souza, Fabrício da Silva Delgado, Gilberto Antônio Orsato, Gisele Groff, Ivomar Oldoni, Natacha Camilotti Mascarello, Patricia Tironi Rocha, Priscilla Karina Vitor Köerich, Tatiana Cristina Alviero e Valter João Vivan Junior.