Em pronunciamento, Bolsonaro agradece votação e diz que protestos são fruto de indignação

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a solenidade de posse dos ministros da Justiça e Segurança Pública; e da Advocacia-Geral da União no Palácio do Planalto. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Quase 48 horas após a proclamação do resultado do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento, nesta terça-feira, no Palácio da Alvorada, agradecendo a votação que teve no último domingo. Numa fala de um minuto e meio, Bolsonaro disse que os protestos nas estradas brasileiras “são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.

“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”, disse.

O presidente condenou manifestações violentas, dizendo que esses são “métodos da esquerda”. “As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, afirmou.

Bolsonaro destacou a força da representação da direita no Congresso Nacional. “A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”, afirmou. “Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, completou.

O presidente lembrou os desafios da pandemia e da guerra no Leste Europeu enfrentados por seu governo. “Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra”, disse.

Bolsonaro disse que sempre cumpriu a Constituição e prometeu manter essa postura, mesmo depois de deixar o Palácio do Planalto, a partir de 1º de janeiro de 2023, quando será substituído pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva. “Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição”, afirmou.

“Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarelo da nossa Bandeira”, completou.

Ao chegar para o pronunciamento, Bolsonaro estava acompanhado de ministros e assessores, entre eles Ciro Nogueira (Casa Civil), Wagner do Rosário (Controladoria-Geral da União), Joaquim Leite (Meio Ambiente), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Vicente Santini (Assessoria Especial da Presidência). Também acompanhavam o presidente, Braga Netto, que concorreu a vice-presidente, e o deputado João Roma (PL-BA), candidato derrotado ao governo