Em discurso na COP 27, Lula cobra países para cumprir compromissos e critica ONU

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Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do 3º Congresso Nacional da Juventude do PT (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente eleito do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, discursou nesta quarta-feira na COP 27, em Sharm El Sheikh, no Egito, e reafirmou o compromisso de fazer o Brasil voltar às discussões climáticas.

“O Brasil está pronto para se juntar aos esforços para um planeta mais saudável. Passamos pelas eleições mais disputadas da nossa história, e a sobrevivência do planeta dependia do seu resultado. O Brasil está de volta para reatar os laços com o mundo”, disse.

Ele criticou também a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo Conselho de Segurança precisa ser remodelado. “O mundo de hoje não é igual ao de 1945. Não há explicação para que somente os vencedores da Segunda Guerra Mundial façam parte dele. Os países querem participar e ser representados. Precisamos de uma governança global para a questão climática”.

Lula alertou que as questões climáticas devem fazer parte de discussões amplas e que as promessas devem sair do papel, em especial, o cuidado com a floresta amazônica. “Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”.

Para ele, “a emergência climática afeta a todos, mas os efeitos caem sobre os mais vulneráveis. A luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza. Vamos provar que é possível promover crescimento social tendo a natureza como parceira”. O agronegócio deve ser parceiro do meio ambiente, na busca por um agricultura regenerativa.

O presidente eleito disse que vai defender que a COP 30, que acontecerá em 2025, aconteça no Brasil, em algum estado da Amazônia. “O mundo precisa conhecer”. Por fim, ele disse por que decidiu se candidatar para presidência da República. “Não voltei para fazer o mesmo que eu tinha feito, mas para fazer mais”.