Em dia de alívio, Bolsa fecha em campo positivo com recuperação das commodities, dólar cai

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São Paulo -Após seis pregões em queda, a Bolsa fechou em alta em um dia de alívio em que oscilou entre a mínima de 121.377,07 pontos e máxima de 123.245,79 pontos, amparada pela recuperação das commodities-petróleo e minério de ferro-, que beneficiou as ações de peso no índice como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

O setor financeiro e as ações de consumo também puxaram o índice. Outro ponto favorável foi a decisão do banco central europeu (BCE) em cortar os juros em 0,25 ponto porcentual (pp).

Para amanhã, a expectativa do mercado fica para a divulgação do relatório de emprego (payroll, sigla em inglês) nos Estados Unidos.

A Vale (VALE3) subiu 1,39%. Petrobras (PETR4) avança 0,47% e Itaú (ITUB4) registrou ganho de 1,26%. Lojas Renner (LREN3) subia 4,03%, após o Citi elevar a recomendação de compara para o papel.

Outras varejistas se beneficiaram da queda na curva de juros e da taxação de 20% para compras internacionais até US$ 50, aprovada pelo Senado.

As ações da Braskem (BRKM5) lideraram as perdas do Ibovespa em 4,12% “com as expectativas de que os spreads petroquímicos continuem em baixa, além dos recentes rumores de que o ex-ministro Guido Mantega pode ser nomeado como conselheiro da companhia”, disse Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

Já os papéis da Locaweb (LWSA3) subiram 6,22% com o avanço da empresa em conta digital e de crédito.

O principal índice da B3 subiu 1,22%, aos 122.898,80 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho avançou 1,33%, aos 123.155 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,7 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam mistas.

Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que o Ibovespa avança após quase sete dias de queda.

“A Bolsa respira com os investidores otimistas para o início do corte de juros nos Estados Unidos, depois que o banco central europeu cortou as taxas hoje”.

Fabio Louzada, economista e fundador do Eu me banco, disse que o Ibovespa tem um dia de recuperação, após dias seguidas quedas.

“O índice sobe com o avanço do setor de commodities, que se beneficia da alta do minério de ferro e do petróleo lá fora. Com isso, papéis do setor como Vale, CSN (CSNA3), CSNMineração (CMN3) e Gerdau (GGBR4) sobem. Os papéis da Petrobras também sobem apoiados pela alta do petróleo”.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que hoje é dia de alívio, após seis pregões em queda, com o corte da taxa de juros na Europa e talvez uma oportunidade para os compradores.

“É um repique, o mercado brasileiro está deslocado do que está acontecendo exterior em termos de precificação. Hoje é dia de respiro, cansou de apanhar [a Bolsa], mas no interno não tem um grande motivador de uma alta, a não ser que os vendedores resolveram dar uma trégua e os compradores estão mais tendenciosos, esperando uma oportunidade para fazer movimento de alta, é validado pela Europa com o corte nos juros que não víamos desde 2019”.

Lima explicou que o corte de juros de uma região econômica estratégica para o mercado brasileiro [como a Europa] devido à relação estreita com o Brasil.

“Com o corte, acabamos vendo mais para a Europa, já que existe uma projeção do aumento de consumo por lá, e a princípio um aumento da expectativa de lucro das empresas brasileiras, já que a Bolsa é precificada pelo lucro das companhias”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,88%, cotado a R$ 5,2498. A sessão foi marcada pela alta das commodities e recuperação parcial da divisa brasileira após as quedas dos últimos dias.

Flavio Serrano, economista-chefe do banco Bmg, disse que os últimos dias foram muito ruins e “o real estava muito defasado em relação a outras moedas [de países emergentes]. Na sessão de hoje tem um pouco de correção, mas a recuperação das commodities ajuda na queda da moeda estrangeira. O pregão é de risk on”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda, apesar de terem aberto em alta. Os DIs passaram a cair com as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e vislumbre de melhora no cenário inflacionário interno.

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,440%, de 10,475% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,865% de 10,945%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,180%, de 11,270%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,435% de 11,515 na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, com os investidores avaliando novos dados do mercado de trabalho em meio a esperanças crescentes de cortes nas taxas de juros mais cedo.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,20%, 38.885,14 pontos
Nasdaq 100: -0,09%, 17.173,12 pontos
S&P 500: -0,02%, 5.352,98 pontos

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência Safras News