Eleições presidenciais acontecem em 17 de março; Putin anuncia candidatura à reeleição

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As eleições presidenciais na Rússia foram marcadas pelo Parlamento para dia 17 de março. O atual presidente Vladimir Putin anunciou hoje pela manhã que vai concorrer a mais seis anos de mandato.

“Agora é a hora de tomar uma decisão. Vou concorrer ao cargo de Presidente da Federação Russa”, afirmou Putin em uma conversa com o chefe do Parlamento da República de Donetsk, Artiom Zhoga.

Putin está no poder na Rússia, tanto como presidente como primeiro-ministro, desde 1999. Ele aprovou, em 2020, alterações na Constituição russa, na qual foram alteradas regras sobre mandatos consecutivos, o que pode prolongar para até 2036 sua permanência na política.

Figuras da oposição política foram presas ou forçadas ao exílio, uma legislação foi promulgada para reprimir as críticas ao governo e às suas políticas, e a mídia independente sofre severas restrições.

A comissão eleitoral da Rússia ainda não publicou uma lista oficial de candidatos que disputam o cargo principal do país, mas várias pessoas já anunciaram sua intenção de participar da corrida presidencial.

Incluem independentes não afiliados, como Igor Strelkov, uma figura ferozmente nacionalista e ex-líder de militantes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia, que está atualmente em prisão preventiva centro de detenção sob acusação de extremismo; Ekaterina Duntsova, novata política e jornalista; e Ivan Otrakovsky, ex-fuzileiro naval, nomeado por uma associação de oficiais aposentados do exército.

A máquina de propaganda do Kremlin, entretanto, acelerou nos últimos dias, com especialistas da mídia estatal aproveitando todas as oportunidades para saudar Putin como a única pessoa que pode “salvar a Rússia.”

Dados da economia russa indicam que o PIB do país pode crescer 3,5% em 2023, fortemente influenciado pelo petróleo. Mas há desafios, como a inflação e taxas de juros altas, e o enfraquecimento da moeda local, o rublo. O desemprego está em níveis baixos recordes, a 2,9%, e há áreas com escassez de pessoal, como a do setor de tecnologia da informação.

O governo de Putin tomou medidas para desviar quaisquer sinais de preocupação pública sobre a sua campanha na Ucrânia com generosos pacotes de compensação. Também ofereceu liberdade aos prisioneiros caso se inscrevessem para lutar. Ao apaziguar a população, Putin está ganhando tempo para determinar o curso futuro da guerra sem ter que lutar com uma onda de descontentamento em casa.