El Niño pode alongar safra de cana 2023/24 da São Martinho

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Trabalhador rural corta cana em canavial de Arapiraca (AL) Foto: Alexandre Saraiva Carniato / Pexels

Porto Alegre – O Grupo São Martinho divulgou hoje o balanço do quarto trimestre do ano safra 2022/23, com lucro caixa de R$ 340,6 milhões, alta de 55,5% na comparação com o quarto trimestre de 2022. No ano (12M23), o lucro caixa recuou 15,5%, chegando a R$ 1,291 bilhão.

Em teleconferência com investidores para avaliar os resultados do trimestre, o CFO e diretor de relação com investidores da São Martinho, Felipe Vicchiato, destacou que o 4T23 foi bastante forte também em termos de receita líquida, com 22% de crescimento, para R$ 1,816 bilhão. “Obtivemos esse resultado por conta da melhora nos preços do açúcar e do aumento nos volumes de vendas, tanto de açúcar como de etanol. Já nosso custo foi impactado por altas no Consecana, nos fertilizantes e no diesel”, assinalou o executivo.

Em relação ao etanol, os preços do biocombustível produzido pela São Martinho aumentaram 1,6% na safra 2022/23, mas caíram 6,4% no último trimestre do ano, o que foi compensado pela exportação do biocombustível com um preço médio maior, ajudando a mitigar os efeitos dos preços médios menores no trimestre no mercado local. Por outro lado, o açúcar, apesar de uma produção 9% menor no comparativo com o ano anterior, teve preços 22% maiores.

A São Martinho já fixou preços (hedge) para cerca de dois terços da produção de açúcar esperada para 2023/24, a um preço médio de 2.391 reais por tonelada.

Guidance

A São Martinho espera colher e moer 21,5 milhões de toneladas de cana na safra 2023/24, alta de 7,4% em relação as 20,024 milhões colhidas em 2022/23. A companhia acredita que a safra poderá ser alongada devido aos efeitos do El Niño. “Já tivemos chuvas atípicas agora em junho. Assim, poderemos ter uma safra mais longa, com mais cana bisada para a próxima safra. Mas, o verão foi muito bom, com bastante chuva. E choveu bem também em maio, o que ajuda muito a cana. Então, temos cana no campo, mas agora esperaremos para ver o quão forte será o El Niño no segundo semestre para vermos o quanto de cana deveremos moer. Mas o que está no guidance é aquilo que esperamos produzir”, frisou Vicchiato.

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS