Diversificação e empresas de ponta mantêm bom desempenho da Itaúsa

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São Paulo – A Itaúsa divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2022. O lucro líquido recorrente, que exclui itens extraordinários e considera as participações nas subsidiárias, foi de R$ 3 bilhões, alta de 5% na comparação com igual período do ano passado. A companhia disse que o crescimento reflete resiliência das investidas diante do cenário macroeconômico adverso.

No semestre, o lucro líquido recorrente foi de R$ 6,3 bilhões, alta de 29% em comparação ao primeiro semestre de 2021, e o Retorno sobre o Patrimônio (ROE) recorrente cresceu 1%, chegando a 20,5% no primeiro semestre de 2022.

Em teleconferência na manhã de hoje, Alfredo Setubal, presidente da Itausa, disse que mesmo com um cenário desafiador, com alta dos juros e da inflação, desaquecimento do consumo e o aumento da inadimplência, a holding conseguiu resultados expressivos.

“A diversificação do nosso portfólio tem se mostrado acertada e rentável. Acreditamos que há uma distorção de preço e o mercado não está valorizando o nosso portfólio. As empresas nas quais investimos estão em expansão e em breve irão diminuir seu capex e fazer desalavancagem, ou seja, a médio prazo a rentabilidade crescerá e, consequentemente, aumentará o valor dos dividendos e a confiança dos nossos acionistas, que passam de 900 mil, na sua maioria pessoas físicas”, explicou o executivo.

Sobre o desinvestimento na XP Investimentos, Setubal voltou a afirmar que o foco é deixar de investir em empresas ligadas ao setor financeiro. Em julho, o banco vendeu 1,21% do capital social da XP por US$ 153,7 milhões (R$ 751,64 milhões). O Itaú ainda detém uma participação de 9,96% na XP. Já a Itaúsa detém outros 11,5% da holding.

“Parte da renda do desinvestimento da XP é usada para reduzir nosso endividamento, e também para fazer novos investimentos, como o que aconteceu com a compra da participação detida pela Andrade Gutierrez no grupo de concessões de infraestrutura CCR por R$ 4,1 bilhões”, comentou Setubal.

O investimento da Itaúsa, que passa a atuar também em concessões de mobilidade com a entrada na CCR, é de R$ 2,9 bilhões. A fatia da holding na CCR será de 10,33%.

No segundo trimestre de 2022, o resultado recorrente das empresas investidas da holding que controla o Itaú Unibanco foi de R$ 3,3 bilhões, 12% maior que o visto no mesmo período de 2021. Deste total, R$ 2,8 bilhões (+3%) foram do setor financeiro (Itaú e XP) e R$ 486 milhões (+111%) das empresas não financeiras (Alpargatas, Dexco, Aegea Saneamento, Copa Energia e NTS).

Por fim, o executivo disse que a holding não está em busca de novos investimentos, e que agora tem como foco a consolidação e o fortalecimento das empresas de seu portfólio, mas não descartou que diante de uma grande oportunidade a companhia pode avaliar.