Diretor da Prevent Sênior nega relação com presidente Bolsonaro

531
O vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL). (Foto Jefferson Rudy/Agência Senado)

Brasília – O diretor-executivo da Prevent Sênior, Pedro Benedito Batista Júnior, negou ter relação com o presidente Jair Bolsonaro e com sua família. Durante depoimento do diretor, nesta quarta-feira, a CPI da Pandemia mostrou publicações nas redes sociais do presidente e de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) sobre o estudo da empresa a respeito do chamado “tratamento precoce” contra a covid-19.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou como os dados, publicados nas redes sociais em abril do ano passado, chegaram a Bolsonaro e a seus filhos. Segundo Batista Júnior, as informações foram antecipadas a jornalistas, que poderiam ter repassado ao presidente e a seus filhos.
Batista Júnior disse que a Prevent Senior não tinha autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) – vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), que faz parte da estrutura do Ministério da Saúde -, para fazer o estudo com medicamentos de eficácia não comprovada para tratamento da covid-19.
O diretor disse que não foram feitos testes com pacientes, mas apenas estudo observacional do ato médico. Segundo ele, foram observados 630 pacientes, acima de 80 anos. “Não houve testagem de cloroquina”, completou.
Batista Júnior afirmou que a Prevent Sênior não distribuiu o chamado “kit Covid”, composto por medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. O que havia, conforme o diretor, era a prescrição de medicamentos pelos médicos, após avaliação do paciente. “Eram enviados os remédios prescritos pelos médicos aos pacientes. Nunca houve kit anticovid”, afirmou.
O diretor disse ainda que a Prevent Sênior não desenvolveu protocolo de tratamento precoce da Covid para o Ministério da Saúde. Reconheceu, no entanto, que o Ministério da Saúde incluiu em suas planilhas protocolos da empresa.