Crescem apostas por indicação de Guido Mantega na Braskem pelo governo federal; cia e Petrobras desconhecem

137
Foto: Divulgação/Braskem

São Paulo – Depois de “Folha de S. Paulo”, agora a “CNN” também diz ter apurado com fontes no Palácio do Planalto que o ex-ministro Guido Mantega foi convidado para ocupar uma cadeira no conselho de administração da Braskem nas vagas que pertencem à Petrobras, segundo reportagem de Raquel Landim e Pedro Venceslau publicada nesta quarta-feira.

A Agência CMA entrou em contato com as empresas e com o governo para comentar o assunto. A Petrobras disse que não irá comentar e a Braskem e o governo não responderam até o momento.

Na segunda-feira (18), a Braskem divulgou um comunicado em resposta à reportagem “Governo agora avalia emplacar Mantega no conselho da Braskem”, veiculada no jornal “Folha de S.Paulo” e reproduzida no “Valor Econômico”, nos dias 14 e 15 de março, na qual afirma que após “fracassada tentativa de emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência ou no conselho de administração da Vale, o governo agora estuda indicá-lo para o conselho administrativo da Braskem, segundo colaboradores do presidente Lula (PT)”. A companhia afirmou que “não tem conhecimento de tal informação, razão pela qual questionou a Petrobras”, que informou que, até o presente momento, não tem conhecimento do assunto mencionado na notícia em questão.

A reportagem relata que um interlocutor do presidente Lula disse às repórteres Cátia Seabra e Mariana Holanda, da sucursal da “Folhapress” em Brasília, que a indicação de Mantega depende agora de trâmites burocráticos para um mandato com duração de dois anos. Procurado pelo jornal, o ministro-chefe da Casa Civil não se manifestou sobre a hipótese de Mantega assumir uma cadeira no conselho da Braskem. Mantega também não se respondeu. Além disso, “integrantes do governo” disseram que o ex-ministro da Fazenda foi chamado no dia 12 de março, data da audiência do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, com Lula.

PESQUISA MOSTRA COMO MERCADO FINANCEIRO AVALIA INTERFERÊNCIAS DO GOVERNO NA PETROBRAS E VALE

A pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (20) avaliou o que o mercado financeiro pensa sobre a gestão dos dividendos extraordinários pela Petrobras e a relação da Vale com o governo.

Mais da metade dos entrevistados (52%) acreditam que a Petrobras vai distribuir os dividendos extraordinários em algum momento até o final do ano, enquanto 29% acham que a companhia vai transformar esses recursos em investimentos e 19% acreditam que irá manter esses recursos aplicados como reserva de capital.

Quase todos os entrevistados (89%) também avaliam que se o governo interferir na Vale, os investimentos estrangeiros no Brasil devem diminuir.

A pesquisa mostrou que 97% dos entrevistados avalia que a decisão de não pagar dividendos extraordinários aos investidores foi errada e terá impacto negativo na bolsa de valores para 85%.

As declarações de Lula sobre as duas empresas fizeram 57% alterarem sua carteira de investimentos, contra 43% que mantiveram a mesma carteira.

A pesquisa quantitativa foi realizada entre 14 e 19 de março e fez 101 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro. A coleta ddos dados foi realizada por meio de entrevistas online através da aplicação de questionários estruturados.