Copom mantém Selic em 13,75% ao ano

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Edifício-Sede do Banco Central do Brasil em Brasília

Brasília – Após 12 altas consecutivas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. O Copom disse que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados e que novos aumentos na Selic serão aprovados caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado”.

Segundo o Copom, a decisão implica a suavização das flutuações do nível de atividade econômica e visa fomentar o pleno emprego, “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços”.

A decisão não foi unânime. Votaram pela manutenção da taxa: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza. Fernanda Magalhães Rumenos Guardado e Renato Dias de Brito Gomes votaram por uma elevação residual de 0,25 ponto percentual.

No comunicado, o comitê afirma que “a decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva”. Além disso, a manutenção da taxa de juros no mesmo patamar “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024”.

Conforme o comitê, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos de medidas tributárias, a inflação ao consumidor continua elevada e as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação.

Diante desse cenário, o Copom projeta uma inflação de 5,8% para 2022, contra 6,8% da reunião passada. Para 2023, a previsão é de 4,6% e 2,8% para 2024.

Segundo o Copom, o ambiente externo mantém-se “adverso e volátil”, com revisões negativas do crescimento das principais economias, em especial da China. O comitê avalia que o ambiente inflacionário segue pressionado, enquanto o processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas.

Já em relação ao Brasil, de acordo com o Copom, a divulgação do PIB (produto In terno Bruto) apontou um ritmo de crescimento acima do esperado no segundo trimestre e o conjunto dos indicadores divulgado desde a última reunião, em agosto, indica crescimento da atividade econômica brasileira.