China intensifica testagens em massa após infecções por covid-19 voltarem a subir

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Nanjing, capital da província de Jiangsu / Foto: Burgesjo / Freeimages.com

São Paulo – A China voltou a intensificar as testagens em massa na província de Henan, uma das mais populosas do país, depois de a região registrar um aumento no número de casos de covid-19. O local reúne cerca de 99 milhões de habitantes, que agora terão a obrigatoriedade de realizar um teste contra o coronavírus a cada 48 horas.

Os moradores que recusarem se testar perderão o passaporte que libera o acesso a locais públicos como restaurantes e transportes. Durante o primeiro surto da variante Ômicron na China, a província passou desapercebida, porém passou a registrar dezenas de casos na última semana, de acordo com a agência de saúde chinesa.

Pequim, por sua vez, registrou hoje 99 casos nas últimas 24 horas, um recorde para o mês de maio. Autoridades locais estenderam as ordens para trabalhadores e estudantes continuarem em casa, além de também ordenarem o aumento das testagens. Mais outros dois distritos da região Shijingshan e Haidian iniciaram a política de trabalho remoto nesta semana.

A ideia do governo chinês é repetir as políticas adotadas em Xangai, o centro financeiro da China com mais de 25 milhões de habitantes. Por lá foram introduzidas restrições mais rígidas, forçando milhões de pessoas a adotarem quarentena por cerca de dois meses. De acordo com as autoridades da cidade, a previsão é de que a reabertura total ocorra no dia 1 de junho, apesar de Xangai já ter aliviado algumas das restrições nos últimos dias.

Na última semana, o centro financeiro da China chegou a zerar o número de infecções locais pelo coronavírus, restando apenas um pequeno número de contágios em centros de quarentena. No auge do surto iniciado em abril, Xangai chegou a registrar 25 mil infecções diárias.

Declarar vitória sobre a variante Ômicron do coronavírus em Xangai foi um impulso para o líder chinês Xi Jinping, que apostou sua reputação em uma estratégia que está cada vez mais na contramão do resto do mundo. O governo alega que suas políticas colocam a vida das pessoas em primeiro lugar.

Desde o início da pandemia a China mantém uma estratégia batizada de “covid-zero”, de tolerância mínima com surtos da doença, o que na prática busca eliminar por completo a disseminação do vírus. A tática inclui lockdowns focalizados e testagens em massa, com um rígido controle da circulação de pessoas em espaços públicos.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, a China – que tem a maior população do mundo, totaliza 2.396.941 infecções pelo coronavírus e 14.593 mortes.