Chefe da Comissão Europeia pede paz duradoura na Ucrânia além do cessar-fogo

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen / Foto : União Europeia

São Paulo – Em uma entrevista à CNBC, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ressaltou a necessidade de alcançar uma paz duradoura na Ucrânia, enfatizando que apenas um cessar-fogo não é suficiente para garantir a estabilidade na região. Von der Leyen expressou preocupação com a possibilidade de um conflito recrudescer, como ocorreu em 2014, e ressaltou que a busca por uma paz real é fundamental.

“Estamos muito claros de que não queremos apenas um cessar-fogo e um conflito congelado em regiões da Ucrânia, porque essas regiões sempre serão frágeis. Nenhum investimento irá para lá, e o conflito pode a qualquer momento recrudescer, como aprendemos desde 2014. Portanto, tem que ser uma paz real”, disse von der Leyen à margem de uma conferência sobre esforços de reconstrução para a Ucrânia.

Durante a conferência, a presidente da Comissão Europeia destacou que as regiões afetadas pelo conflito permanecerão frágeis caso não haja um acordo de paz duradouro. Ela alertou que a ausência de investimentos nessas áreas pode prejudicar a recuperação e permitir que o conflito ressurja a qualquer momento.

A Ucrânia encontra-se nos estágios iniciais de uma contra-ofensiva para recapturar o território ocupado pela Rússia no sul e no leste do país. No entanto, as negociações de paz têm sido desafiadoras, com autoridades ocidentais demonstrando ceticismo em relação ao sucesso das propostas internacionais.

Nesse contexto, Ursula von der Leyen ressaltou o papel crucial que a China pode desempenhar no processo de paz. “A China é um membro permanente da ONU, e isso vem com responsabilidade. E a China tem influência sobre a Rússia, então esperamos que a China use essa influência para convencer a Rússia a se sentar à mesa de negociações”, disse ela.

Enquanto as negociações de paz continuam, os governos ocidentais estão intensificando seus esforços para a reconstrução futura da Ucrânia. O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou garantias de empréstimos no valor de US$ 3 bilhões ao longo de três anos durante a conferência. Além disso, a União Europeia anunciou que fornecerá 50 bilhões de euros (US$ 54,58 bilhões) em ajuda à Ucrânia entre 2024 e 2027.

Von der Leyen explicou que a reunião em Londres teve como objetivo coordenar a assistência dos governos à Ucrânia e também incentivar a participação de investidores privados. “É fazer com que o setor privado contribua. Precisamos desse conhecimento, precisamos dessa experiência e, é claro, do poder de fogo financeiro”, afirmou ela.