CEO da Eletrobras prevê migrar ao novo mercado da B3 em até 10 meses

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São Paulo – Em seu sétimo dia como CEO da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior deu um panorama de como tudo deve fluir depois que a empresa foi capitalizada. Entre as mudanças que ele comanda em seu retorno ao comando da empresa, está a criação de um Escritório de Transformação cujo cronograma preliminar prevê que a gigante migre ao segmento do Novo Mercado da B3 no prazo de 8 a 10 meses, no final do primeiro semestre de 2023.

O Novo Mercado é um segmento de negociação da Bolsa brasileira que conduz as empresas ao mais elevado padrão de governança corporativa. As empresas listadas nesse segmento podem emitir apenas ações com direito de voto, as chamadas ações ordinárias (ON), segundo a B3.

De início, Ferreira Junior disse que um dos próximos passos é a reposição de seu quadro de colaboradores, mediante um PDV (programa de demissão voluntária) que, segundo ele, foi negociado com o sindicato no início do ano e deve ser anunciado em novembro. Trata-se do que ele chama de “oxigenar a empresa”, uma vez que Ferreira Junior trata de colaboradores que estão aposentados, ou aposentáveis. Segundo as estimativas, cerca de 20 mil funcionários se enquadram na proposta.

Saímos de uma empresa de 26 mil funcionários, para cerca de 12 mil. Continuamos mapeando esforços de automatização de processos, robotização, centros de serviços de compartilhados, tudo isso contemplando o plano de redução de despesas”, acrescentou.

Estamos tentando identificar quais são as avenidas de crescimento da companhia, já que somos a maior empresa do hemisfério sul no quesito de energia e transmissão e o maior player de energia elétrica do Brasil.

Sobre os passivos contingentes de cerca de R$ 30 bilhões proveniente de empresa estatal, Wilson disse que a equipe está em processo de contratação de consultores jurídicos e financeiros, no sentido de negociar esses valores.

Quanto aos ativos judiciais, temos política de acordo que precisa evoluir”, diz. Muito desse valor é em função de indexadores judiciais que nem são esperados pelo autor das ações e é injusto para quem está sendo condenado. Queremos que chegar em valores que sejam bom para outra parte e para nós.

A diretoria da gigante diz que não pensa em nenhuma mudança ou eliminação de nenhuma das cinco subsidiárias ligadas à Eletrobrás por causa da relevância local que essas empresas possuem – embora Ferreira Junior diga que quer avaliar sua estrutura organizacional para identificar as redundâncias que a companhia possa vir a ter. É importante que sejamos um grupo econômicopadronizado, homogêneo, que seja submetido a governança única acordada com o conselho de administração.

ELEIÇÕES

Questionado se ele acredita num possível desestatização da companhia, no caso do candidato Luiz Inácio Lula da Silva ser eleito no próximo pleito, Ferreira Junior disse que não acredita nenhuma mudança drástica pois reestatizar a empresa custaria três vezes mais o preço negociado na bolsa. “Qualquer que seja o novo presidente, ele vai querer uma companhia com capacidade de gerar renda, emprego, pagar impostos. Eu acho que o novo presidente deve ficar muito satisfeito de encontrar a empresa nesse estado.”