Cemig diz desconhecer processo de federalização

172
Edificio Sede Cemig. Divulgação Cemig.

São Paulo, SP – A Cemig informou que a federalização da companhia, articulada pelo senador Rodrigo Pacheco com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, como forma de abater a dívida de R$160 bilhões do governo estadual com a União, é um processo sem qualquer participação da companhia e que, se em curso, tramita em âmbito externo. A empresa também disse “que não possui conhecimento para além do divulgado pela mídia.”

“A companhia informa que até a presente data, não há novas informações que justifiquem a divulgação de ato ou fato relevante acerca da matéria”, em resposta à questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o assunto.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) propôs ao presidente Luís Inácio Lula da Silva a transferência de controle do governo de Minas Gerais para a União, das estatais mineiras Cemig (energia), Codemig (mineração de nióbio) e Copasa (saneamento) para abater parte da dívida do governo estadual com a União, de cerca de R$ 160 bilhões. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ex-senador pelo estado, também
participa das negociações. As informações são do jornal “Folha de S.Paulo”.

Segundo Silveira, a federalização não envolveria mudanças na gestão atual das empresas. A Cemig e a Copasa têm ações listadas na Bolsa. Isso significa que elas manteriam as regras atuais. Além disso, uma vez quitada a dívida do Estado, Minas seria comprador preferencial das empresas, caso deseje a recompra.

Segundo a notícia, o presidente do Senado é apontado nos bastidores como um possível nome para concorrer ao governo do estado em 2026. A proposta seria uma forma de resolver a situação financeira de Minas Gerais, sem a necessidade de espremer salários de servidores ou gastos locais, o que poderia beneficiar Pacheco em eventual campanha. Pelo lado do governo federal, seria uma forma de voltar a ter uma estatal no setor de energia elétrica.