Celg-D se torna o maior ativo da Equatorial, que chega a 13 milhões de clientes

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São Paulo – A Equatorial realizou teleconferência na tarde de hoje para explicar ao mercado a aquisição da Celg-D, da Enel, que passa a ser o maior ativo da empresa em números de clientes: 3,3 milhões, incremento de 30% no seu portfólio, chegando a um total de mais de 13 milhões de clientes e se tornando o terceiro maior player do setor.

Com a aquisição de sua sétima distribuidora, a Equatorial considera que a Celg-D é um ativo importante na consolidação da companhia no setor.

O CEO da companhia, Augusto Miranda, disse que a empresa fará a recuperação do relacionamento com a comunidade e reforçou a confiabilidade do serviço. A Enel vinha sendo duramente criticada pelo trabalho que vinha realizando na distribuição de energia em Goiás.

Miranda informou que esse foi o maior movimento de aquisição já feita pela empresa e que investimento de 1,6 bilhão deve ser pago pela Equatorial com capital próprio. A companhia assumirá dívida líquida de R$ 5,7 bilhões com linha de crédito já contratada e condições pré-definidas e previsão de liquidação desses financiamentos em 12 meses.

Com relação à geração de valor, o diretor financeiro Leonardo da Silva Lucas Tavares de Lima disse que já estão de olho no processo de crescimento tarifário que deve ocorrer em breve, melhorando os números do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) , “acelerando o crescimento do estado de Goiás”, diz ele.

“O reposicionamento ocorrerá com o reconhecimento do Capex executado na gestão anterior, permitindo geração de valor efetiva”, disse o CFO, que ressaltou que a dinâmica das commodities tem impactado a valorização dos ativos.

Questionada por analistas durante a apresentação da aquisição da Celg-D, a Equatorial  preferiu não comentar sobre interesse ou negociação com a companhia italiana por outros ativos. A resposta é por conta das discussões no mercado quanto à possibilidade de a Enel colocar à venda também a sua operação de distribuição no Ceará.

Em nota, a empresa informou que a Celg-D investiu cerca de R 1,2 bilhão por ano nos últimos quatro anos para melhorar a qualidade dos serviços na área de concessão, direcionados de forma estratégica para os polos de crescimento regional de Goiás. Os recursos serão aplicados principalmente na expansão da rede, bem como na melhoria da qualidade dos serviços.

A empresa reforçou que toda a sua estratégia de expansão é pautada pela disciplina financeira e melhor alocação de capital e ressaltou que tem funding 100% equacionado para a aquisição e para o refinanciamento dos empréstimos já contratados pela Celg-D, além de espaço no balanço para absorver o ativo sem romper qualquer covenant financeiro.

Com a compra da Celg-D, o Grupo Equatorial Energia amplia sua atuação no segmento de distribuição de energia agora para o Centro-Oeste, demonstrando o seu apetite em reestruturar empresas e ser um agente de desenvolvimento para os estados em que atua. Um dos destaques da Celg-D é o potencial de expansão, sobretudo por conta da vocação do estado para o agronegócio.

Esta é a sétima aquisição de uma distribuidora pela Equatorial. O modelo de gestão diferenciado da Equatorial já foi aplicado com sucesso no Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá entre 2004 e 2021. Em todos os casos, o grupo implementou sua experiência na recuperação de ativos e no avanço da qualidade dos serviços, promovendo o turnaround dessas concessões — localizadas em regiões complexas e que demandaram pesados investimentos.

A conclusão da operação está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de um Plano de Transferência de Controle da Celg-D pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Com Cynara Escobar / Agência CMA.