BRF tem prejuízo de R$ 1,5 bi no 1° trimestre de 2022

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Fábrica da empresa brasileira BRF em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

São Paulo – A BRF reportou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre de 2022, e o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 90,2% no período e chegou a R$ 121 milhões.

“Os resultados consolidados do primeiro trimestre traduzem um contexto de muitos desafios, especialmente no mercado Brasil. Além da inflação global de custos potencializada pelo conflito Rússia vs Ucrânia, as vendas no varejo performaram abaixo do planejado, sobrecarregando estoques e toda a cadeia de produtiva com impacto sem custos logísticos e perdas”, explicou a BRF em relatório.

A receita líquida consolidada somou R$ 12,0 bilhões no trimestre, uma elevação de 13,7%, na comparação anual.

No Brasil, a receita líquida subiu 9,1% no período e somou R$ 5,9 milhões, enquanto no segmento Internacional foi de R$ 5,5 milhões, elevação de 14%, na mesma base de comparação.

O número total de toneladas produzidas pela companhia no primeiro trimestre deste ano foi de 1,1 bilhão de toneladas, 6,9% a mais do que visto no ano passado.

A geração de caixa operacional proveniente de um primeiro trimestre com elevada pressão em custos, juntamente com despesas financeiras com instrumentos derivativos decorrentes da apreciação cambial contribuíram para o desempenho do fluxo de caixa livre no período.”

No 1T22, apesar do menor EBITDA, diminuímos a alocação de capital de giro principalmente com a redução na linha de estoques através dos esforços para diminuir o impacto de aumento dos custos e inflação nos grãos e outros insumos.” A Companhia
compensou tributos federais e estaduais no montante de R$ 222 milhões no 1T22 .

Já a posição de caixa da empresa era de R$ 2,.01 bilhões ao final do trimestre, queda de 12,6 % que no mesmo período do ano passado. As despesas operacionais totais aumentaram 7,9 % no período e totalizaram R$ 1,6 bilhão.

“O indicador percentual sobre a receita líquida apresentou  melhora tanto na comparação com o 1T21 (0,7 p.p)quanto na comparação dos exercícios (0,7 p.p), reflexo da mentalidade de austeridade e disciplinada aplicação de método, por meio do Gerenciamento Matricial de Gastos, com redução das despesas administrativas de 16,5% a/a e menor representatividade das despesas com vendas, apesar dos aumentos expressivos nas despesas logísticas”, explicou a BRF.

BRASIL

A receita operacional líquida no segmento Brasil somou R$ 5,9 bilhões, alta de 9,1 % na comparação com o mesmo período de 2021, enquanto o ebitda ajustado caiu 159,3% e totalizou 411 milhão negativos.

SEGMENTO INTERNACIONAL

No internacional, a receita operacional líquida somou R$ 5,5 bilhões, alta de 14% na comparação anual, enquanto o ebitda ajustado totalizou R$ 430 milhão, caiu 5%, na mesma base de comparação.

HALAL

A receita operacional líquida no mercado Halal somou R$ 2,6 bilhões, alta de 27% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o ebitda ajustado totalizou R$ 391 milhão, subiu 100,4 %, na mesma base de comparação.

ÁSIA, ÁFRICA, AMÉRICAS E EUROPA

Nos outros mercados internacionais, que engloba Ásia, África, Américas e Europa, a receita operacional líquida foi de R$ 1.630 bilhões, queda de 27,8 % na comparação anual, enquanto o ebitda ajustado caiu e totalizou R$ 119 bilhões.

OUTROS SEGMENTOS

A receita operacional líquida em outros segmentos somou R$ 662 bilhões, alta de 75% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o ebitda ajustado totalizou R$ 104 bilhão, subiu 8,5%, na mesma base de comparação.