BRF reverte lucro para prejuízo de R$ 956 milhões no quarto trimestre na comparação anual

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Foto Divulgação/BRF

São Paulo – A BRF reportou um prejuízo de R$ 956 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), revertendo o lucro de 964 milhões na comparação anual, explicado principalmente pelo impacto de R$ 588 milhões referente ao Acordo de Leniência que impactou o resultado do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que atingiu R$ 484 milhões, despesas financeiras líquidas em R$ 602 milhões e impacto negativo líquido de R$ 41 milhões em imposto de renda e contribuição social.

Em 2022, o resultado líquido das operações continuadas foi um prejuízo de R$ 3,091 bilhões, ante lucro líquido de R$ 517 milhões em 2021. No exercício, o prejuízo líquido das operações descontinuadas foi de R$ 51 milhões em razão do encerramento de certas disputas relacionadas a perdasincorridas pelas entidades alienadas na Europa e Tailândia em 2018 e 2019, bem como contingências tributárias referentes a períodos anteriores à alienação.

A receita líquida consolidada somou R$ 14,769 bilhões no quarto trimestre, uma elevação de 7,6%, na comparação anual, com destaque para o aumento do fluxo de caixa operacional, que cresceu 60% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No Brasil, a receita líquida subiu 7,7% no período e somou R$ 7,763 bilhões, enquanto no segmento Internacional foi de R$ 6,239 bilhões, elevação de 7,3%, na mesma base de comparação.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 38,8% no período e somou R$ 1,032 bilhão.

O número total de toneladas produzidas pela companhia no 4T22 foi de 1,259 milhão de toneladas, 1,9% maior que o visto na comparação com o ano passado.

No período, alavancagem da BRF, medido pela relação dívida líquida por ebitda ajustado, era de 3,75 vezes, 20,2% maior ao visto na comparação anual.

O consumo de caixa operacional alcançou R$ 67 milhões no quarto trimestre do ano passado, mais de 22 vezes maior que os R$ 3 milhões no 4T21.

A dívida líquida caiu 15,8% no 4T22, para R$ 14,598 bilhões, na comparação anual.

“O novo modelo de gestão com foco em eficiência operacional e em rentabilidade já está trazendo resultados positivos. Capturamos aproximadamente R$ 130 milhões com a melhoria de indicadores operacionais como mortalidade, conversão alimentar e produtividade. Também reduzimos custos com ociosidade na base de R$ 50 milhões e realizamos revisão de contratos em transporte, distribuição e energia. Esses avanços permitem que a Companhia esteja pronta para aproveitar as melhores oportunidades diante de um cenário macroeconômico mais estável a partir dos próximos trimestres”, disse a administração da BRF, no relatório de resultados divulgado nesta terça-feira.