Bolsonaro diz que vai fazer reforma ministerial dia 31 de março

654
Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares na entrada do Palácio da Alvorada na manhã desse sábado. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Brasília – As eleições vão obrigar o presidente Jair Bolsonaro a fazer uma ampla reforma ministerial no próximo mês. Neste momento, pelo menos 11 ministros devem sair do governo para concorrer em outubro. Pela legislação eleitoral, eles têm até o dia 2 de abril para deixar a Esplanada dos Ministérios, mas o presidente anunciou que pretende fazer a reforma no dia 31 de março.
“Temos previsto, no momento, 11 ministros que vão disputar a eleição. Obviamente vamos ter ministério tampão”, afirmou Bolsonaro. “Dia 31 de março, o grande dia, é um pacotão: 11 saem e 11 entram. Da minha parte, vocês só vão saber via Diário Oficial da União”, completou.
Bolsonaro está entre montar uma equipe mais técnica, promovendo os secretários executivos das pastas que ficarão vagas, ou atender às pressões dos aliados para nomear políticos para os cargos. Nesse caso, poderiam ser indicados senadores com mandato até 2026. O Centrão já até nomes: Marcos Rogério (PL-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS), ambos muito atuantes na defesa do governo durante a CPI da Pandemia. Em Porto Velho (RO), o presidente disse ter apreço por Marcos Rogério, mas afirmou que não adiantaria nomes para não causa ciumeira.
Dos 24 ministros de Bolsonaro, Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Fabio Faria (Comunicações) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) tem mandato na Câmara dos Deputados e, no mínimo, vão disputar a reeleição. Porém os quatro têm pretensões maiores: Tereza Cristina, Faria e Flávia pretendem concorrer ao Senado Federal. Já Lorenzoni pode concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.
Foi o próprio Bolsonaro que lançou a candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo. No estado também devem ser candidatos Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), ao Senado Federal, e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), à Camara dos Deputados.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, deve ser candidato ao Senado no Distrito Federal. Gilson Macedo (Turismo) também é potencial candidato ao Senado por Pernambuco, seu estado natal, ou pelo Tocantins. Segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo final para registro do domicílio eleitoral é 2 de abril.
No Rio Grande do Norte, a eleição para o Senado Federal pode colocar em lados opostos Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Faria. O ministro da Defesa, Braga Netto, é cotado até para ser vice na chapa de Bolsonaro. Já o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, gostaria de concorrer na Paraíba, mas há forte resistência à sua saída do governo em meio à pandemia da Covid-19.