Bolsonaro afirma que jamais vai cobrar passaporte vacinal

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Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta populares na entrada do Palácio da Alvorada na manhã desse sábado. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro reiterou, nesta quarta-feira, que o governo federal não vai exigir comprovante de vacina contra a Convid-19. Em conversa informal com apoiadores, na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o Supremo Tribunal federal (STF) atribuiu esse poder aos prefeitos e governadores.

“O Supremo deu poderes para governadores e prefeitos. Eu falo da minha linha. Não fechei um botequim e jamais vou exigir o passaporte de vocês”, afirmou.

Bolsonaro comentou a informação de uma apoiadora sobre o decreto do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em vigor desde a última segunda-feira, instituindo a política de incentivo à vacinação contra a Covid-19. Entre as medidas está a exigência do passaporte vacinal em shows, casas noturnas e boates, cinemas, teatros, clubes, bares e afins, eventos esportivos, amadores e profissionais, reuniões, eventos e festas em espaços públicos ou privados.

“Imaginem se tivesse o (Fernando) Haddad no meu lugar”, afirmou Bolsonaro, completando em seguida que o governo federal não tem como interferir nas decisões dos estados e dos municípios: “Não queiram que a gente resolva todos esses problemas. Eles (governadores e prefeitos) estão com autoridade para tal”. O presidente sugeriu que as pessoas cobrem dos candidatos em 2022 a posição em relação à vacinação.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que viajantes não vacinados que chegarem ao Brasil terão de cumprir uma quarentena de cinco dias e depois fazer teste da Covid-19 para poder circular no país, mas não detalhou como essa medida será implementada. A decisão depende de uma portaria interministerial a ser publicada nas próximas horas.

Assim como Bolsonaro, Queiroga tem se posicionado contra a exigência do comprovante de vacinação, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defenda a medida. “Essa questão da vacinação, como ressaltei, tem dado certo porque nós respeitamos as liberdades individuais. O presidente falou há pouco: às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade”, disse o ministro.