Bolsa fecha em tímida alta com destaque para Vale e ações sensíveis a juros; dólar sobe

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Foto: Pexels

São Paulo- A Bolsa fechou em alta tímida de 0,30% em um pregão morno, na marca dos 126 mil pontos, com a valorização das empresas ligadas ao minério de ferro, como Vale (VALE3), e papéis sensíveis a juros- consumo, varejo e construção.

Os investidores ficam na expectativa da divulgação do relatório de emprego (payroll, sigla em inglês) nos Estados Unidos, amanhã (8). O dado é importante para entender a economia norte-americana.

A Vale (VALE3) subiu 0,31%. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam em alta de 0,31% e as preferenciais (PETR4) em queda de 0,23%. O Grupo Soma (SOMA3) liderou as altas do índice em 5,68%.

A ação da Cyrela (CYRE3) também foi destaque de alta de 4,73%, após divulgar o pagamento de dividendos totalizando mais de R$ 125 milhões.

O principal índice da B3 avançou 0,30%, aos 126,009,57 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro subiu 0,39%, aos 126.230 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,5 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em alta.

Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, disse que o Ibovespa tem leve alta “corrigindo parte do movimento de queda apresentado no pregão de ontem; as ações mais sensíveis a juros subiram com a queda dos DIs, amanhã (8), o payroll poderá trazer um pouco mais de direção para o mercado de forma globlal”.

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, disse que o Ibovespa opera em alta em alta.

“Com a queda dos DIs, as ações do setor de varejo, construção e consumo se beneficiam e a valorização do minério de ferro puxa a Vale e empresas ligadas à commodity; os investidores ficam atentos em relação aos dados de payroll que serão divulgados amanhã. Nos EUA, os números de auxílio-desemprego semanal vieram dentro do esperado- 220 mil solicitações- e não causaram nenhuma surpresa. O mercado está antecipando cada vez mais o corte de juros por lá para março”.

Entre os destaques de queda estão as ações de São Martinho (SMTO3), que recuavam 2,03. A empresa acaba sendo prejudicada em termos de concorrência com o corte do diesel feito pela Petrobras, já que é uma empresa mais exposta ao etanol, disse Cohen.

A Petrobras anunciou mais cedo que vai reduzir em R$ 0,27 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,78 por litro, a partir de amanhã (8).

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que a Bolsa está mais positiva com destaques para as commodities e varejo.

“Apesar da alta, é mais moderada que nos EUA; com a queda na curva de juros, as ações como Magazine Luiza, Petz e Grupo Soma têm um dia mais interessante, os papéis ligados às commodities acompanham suas cotações; hoje não tem um grande drive; os indicadores de trabalho está semana nos EUA não foram tão bons e parece que as expectativas para o payroll amanhã (8) deu uma piora nos últimos dias, é importante sempre olhar o crescimento de salários”.

Cruz também destacou que os eventos do Investor Day têm mexido com as ações. “O Pão de Açúcar tem tido alta muito expressiva esta semana e isso é muito por conta do que foi apresentado no evento; em relação à Sabesp [privatização], a queda da ação pode ser que até influencia a alta de outros papéis, por exemplo, gestor de fundo tem uma visão de médio a longo prazo para a empresa e entende que o processo ainda vai acontecer e que em alguns anos vamos ver os efeitos grandes de eficiência da companhia e será benéfico; já os gestores mais de curto prazo, que estavam esperando a concretização imaginando uma valorização do papel, agora com o fato consumido, sai do papel e vai para outros”.

Pão de Açúcar (PCAR3) subiu 2,51% e Sabesp (SBSP3) caiu 1,52%

O dólar fechou em alta de 0,14%, cotado a R$ 4,9084. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a expectativa com o payroll, que será divulgado na manhã desta sexta, e deve impactar os próximos passos da política monetária norte-americana.

Segundo a economista do Ouribank Cristiane Quartaroli, existe movimento de cautela causado pelo payroll: “O mercado voltou a precificar o início dos cortes dos juros dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2024, mas acho que isso é precipitado”, avalia.

Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o real está alinhado ao movimento global e aos pares emergentes. enquanto as atenções se voltam para o payroll.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda em um movimento de correção e com os dados da balança comercial da China favorecendo o mercado doméstico. Além disso, com o arrefecimento da inflação mostrada em indicadores recentes, investidores já apostam em menores juros ao fim do ciclo de cortes da Selic (taxa básica de juros).

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 11,804% de 11,828% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,305% de 10,374%, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,%, de 10,047%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,055% de 10,085% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, com as ações de tecnologia em destaque, à medida que os investidores avaliavam dados que indicavam queda da inflação e o relatório de empregos se aproxima.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,17%, 36.117,38 pontos
Nasdaq 100: +1,37%, 14.340,0 pontos
S&P 500: +0,79%, 4.585,59 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA