Bolsa fecha em queda, com tombo do Bradesco e baixa de bancos, limitada por Vale e Petrobras

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São Paulo – O principal índice da B3 fechou em queda, em dia de realizações de lucros e correções após a forte alta do pregão anterior. Ontem, o Ibovespa subiu 2,21%, aos 130,4 mil pontos. Os grandes bancos foram o destaque negativo desta quinta-feira, especialmente devido ao forte recuo do Bradesco, após balanço que desagradou o mercado. As commodities fecharam em alta e limitaram a queda do Ibovespa.

O principal índice da B3 caiu 0,35%, aos 129.949,90 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro recuou 0,80%, aos 130.050 pontos. O volume financeiro do mercado foi de aproximadamente R$ 22,9 bilhões. Em Nova Iorque, as bolsas fecharam em alta.

Entre as ações mais negociadas, Vale (VALE3) avançou 0,19%, seguindo a alta do minério de ferro diante da expectativa de novos incentivos do governo chinês à indústria e ao mercado financeiro. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam com ganhos de 0,95% e 1,46%, respectivamente.

Os papéis de Bradesco (BBDC3; BBDC4) foram as principais quedas do índice: -13,01% e -15,90%, respectivamente, após balanço que decepcionou o mercado. Seus pares Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) caíram em bloco: -0,71%, -0,26% e -2,35%, respectivamente.

Depois do Bradesco, as maiores quedas foram de Hapvida (HAPV3:-4,18%), Azul (AZUL4:-2,91%), Grupo Pão de Açúcar (PCAR3:-2,70%) e Santander.

Outras que apresentaram resultados do quarto trimestre hoje foram: Klabin (KLBN11) e TIM (TIMS3), que avançaram 0,09% e 0,44%.

Após fechamento saem os balanços de Alpargatas (ALPA4:-1,09%) e Totvs (TOTS3: +1,54%).

Os destaques positivos foram Petz (PETZ3), que subiu 9,49%, Locaweb (LWSA3:4,95%), Carrefour Brasil (CRFB3:+4,38%), Casas Bahia (BHIA3:+4,35%) e Rumo (RAIL3:4,17%).

Bruno Komura, analista da Potenza Investimentos, comenta que o mercado foi puxado para baixo pelas ações do Bradesco, que apresentou resultados abaixo do esperado. “Além disso, estamos vendo a cautela em relação aos próximos passos do Fed. Aguardamos dados de inflação que podem consolidar a ideia de que os cortes podem não começar em março ou maio”, completou.

Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, diz que a alegria de ontem no Ibovespa durou pouco. “Ontem tivemos uma alta muito expressiva atrelada aos resultados positivos de bancos e também falas de Roberto Campos Neto (presidente do BC), que o mercado viu com bons olhos. E essa queda de hoje não surpreende com a magnitude das realizações e correções depois dessa alta expressiva que tivemos. Claro que ainda estamos descolados um pouco dos EUA e das commodities, que estão em alta nesse momento, mas é natural essa queda, que poderia ser minimizada muito pelo resultado do Bradesco, mas por vir muito abaixo do esperado, colabora para essa queda do índice.”

O analista da GT também comenta que as ações que estão entre as maiores altas do índice, LocaWeb, Petz e Vamos, estavam muito descontadas frente aos seus pares. “E ontem elas não tiveram altas muito drásticas. As principais altas de ontem foram os bancos, então hoje, os investidores resolveram comprar mais empresas de outros setores. Empresas do setor de commodities também sobem hoje como Vale e Petrobras acompanhando as altas do minério de ferro e do petróleo lá fora.”

O dólar comercial fechou em alta de 0,11%, cotado a R$ 4,9679. A moeda refletiu, ao longo do dia, as incertezas do mercado quanto aos próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Para a economista do Ouribank Cristiane Quartaroli, “o mercado está na esteira do cenário externo, principalmente baseado nas Treasuries. Continua a expectativa de juros altos por mais tempo”.

Segundo o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus Netto, “a expectativa é que o ciclo de corte de juros, no Fed, só ocorra em junho. Tudo, é claro, dependendo dos indicadores”.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em alta, seguindo os Treasuries (títulos do Tesouro do governo norte-americano) que avançam por causa do leilão de títulos de 10 anos, além de gerar volatilidade.

Por volta das 16h25 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,955% de 9,970% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,845% de 9,670%, o DI para janeiro de 2027 ia a 9,850%, de 9,825%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,105% de 10,080% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em alta, cotado a R$ 4,9664 para a venda.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta quarta-feira em alta, com o S&P 500 aproximando-se pela primeira vez do marco histórico dos 5 mil pontos. O sentimento positivo foi impulsionado pela divulgação de resultados trimestrais robustos, que sugerem uma economia em crescimento.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices futuros de ações dos Estados Unidos no fechamento:

Dow Jones: +0,40%, 38.677,36 pontos
Nasdaq 100: +0,95%, 15.757 pontos
S&P 500: +0,82%, 4.995,06 pontos

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Larissa Bernardes / Agência CMA

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