Bolsa fecha em queda com Petrobras, bancos e Ambev; no mês sobe 1%

173
Mercado Gráfico Percentual
Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo -No último pregão de fevereiro, a Bolsa fechou em queda em mais um dia de mau humor no mercado doméstico pressionada por Petrobras (PETR3 e PETR4), bancos-principalmente Itaú (ITUB4) e Ambev (ABEV3) e descolou de Nova York. A Vale (VALE3) subiu. No mês, o Ibovespa subiu 1%.

A ação do Itaú (PN, -2,47%). Petrobras (ON, -0,91%; PN, – 0,91%). Vale (ON, +0,37%). Os papéis do Pão de Açúcar (ON, -8,61%) e Ambev (ON, – 6,46%) lideraram as perdas do Ibovespa no pregão desta quinta-feira. Na ponta positiva, o destaque ficou para Petz (ON, + 2,20%).

Em relação à Petrobras, Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que os papéis tiveram uma sessão volátil, com alternância de sinais, entre uma tentativa de recuperação após o forte sell-off de ontem devido às dúvidas quanto à distribuição de dividendos, mas “por fim prevaleceu o ambiente macro mais avesso ao risco e de queda do petróleo, que puxou todo o setor de petróleo na B3”.

Mais cedo, foi divulgado a inflação PCE dos Estados Unidos, dado mais esperado pelo mercado para entender o rumo da política monetária por lá. O PCE subiu 0,3% em base mensal e 2,4% na anual, ambos em linha com as expectativas, mas a renda pessoal veio acima do esperado pelo mercado-subiu 1% em base mensal e a estimativa era alta de 0,3%. Já os gastos pessoais ficaram dentro das expectativas dos analistas-+0,2%.

Agora, o mercado fica na expectativa do relatório payroll na próxima semana.

O principal índice da B3 caiu 0,87%, aos 129.020,02 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril perdeu 0,92%, aos 130.620 pontos. O giro foi de R$ 27,6 bilhões. A máxima no interdiário foi de 130.154,84 pts e a mínima de 128.669,29 pts. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Um analista de um grande banco que não quis ser identificado, disse que a “Bolsa é puxada pelo setor bancário desde a manhã de hoje, principalmente Itaú que tem peso de 6,12% no índice, e Petrobras PN 5,95%; no ano a estatal sobe 7,4% e em um ano 102%. Hoje vai ter rebalanceamento da carteira do índice e vai aumentar o volume de negócios. Também é o último dia para os acionistas exercer o direito de subscrição de Magazine Luiza a R$ 1,95”.

Larissa Quaresma, analista da Empiricus Reaserch, disse que a Bolsa opera com sinal diferente dos Estados Unidos, após o PCE, com petróleo misto-WTI e Brent- e Vale subindo.

“O indicador de inflação veio em linha com a expectativa, os gastos pessoais mensal também, mas a renda das famílias bem acima do esperado e lá fora o mercado reagiu bem com as treasuries de longo prazo fechando bem, mas a Bolsa nem tanto. Petrobras está tímida, setor financeiro devolvendo a maior parte das altas e tem a ver com os títulos do Tesouro americano [juro abre, bancos sobem e juro fecha, bancos caem] e Vale acompanha o minério de ferro e ajuda o Ibovespa, já que o peso é de 15% do índice e se não fosse por ela, a queda estaria um pouco pior”.

Larissa disse que a queda forte das ações tem relação com o balanço do 4T23.

“O resultado veio bem abaixo do esperado, teve perda de market share e começamos a ver pressão na alíquota do Imposto de Renda, que deve ser até menor no ano que vem, não temos recomendação de compra, temos visão neutra e a companhia continua perdendo mercado”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a Bolsa não mudou o movimento, após o número do PCE que veio cravado com a expectativa. Tira a preocupação do desconhecido. Os bancos que estão pesando e a Petrobras está se recuperando da queda de ontem e avança”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,05%,cotado a R$ 4,9738. Embora o índice de preços para os gastos pessoais (PCE) de janeiro, nos Estados Unidos, tenha vindo em linha (0,3% na base mensal e 2,4% na anual), e o cenário fosse favorável para as moedas emergentes, a moeda brasileira não conseguiu deslanchar. No mês, a divisa estadunidense teve valorização de 0,77%.

O head de tesouraria do Travelex Bank,Marcos Weigt, entende que o real deveria ganhar força, alinhado a seus pares, e com a valorização das commodities observada nesta quinta: “A justificativa pode ser o fluxo de vencimento de dólar ou a zeragem de posições”, opina.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecham em queda, digerindo o índice de preços para os gastos pessoais (PCE) que subiu 0,3% em janeiro na comparação mensal e 2,4% em comparação anual. Ambos os índices vieram dentro do esperado pelo mercado. O PCE é o indicador usado pelo banco central dos Estados Unidos (Fed) como referência para medir a inflação. Mais cedo, a divulgação da taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 7,6% no trimestre móvel encerrado em janeiro, ficando estável ante o trimestre imediatamente anterior.

O DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 9,960%, de 10.020% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 9,790% de 9,890%, o DI para janeiro de 2027 ia a 9,980%%, de 10,030%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 10,240% de 10,345% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta quinta-feira em alta, com os investidores analisando o índice PCE de preços de janeiro, que veio dentro das expectativas do mercado.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos no mês:

Dow Jones: +2,21%
Nasdaq 100: +6,13%
S&P 500: +5,17%

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Vanessa Zampronho / Agência CMA