Bolsa fecha em leve queda em dia de ajuste técnico, mas semana acumula alta de 5,41%; dólar recua

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Foto: energepic.com / Pexels

São Paulo- A Bolsa fechou em leve queda em mais um dia de ajuste técnico, após uma semana com fortes altas impulsionada pelo Indice de Preços ao Consumidor (IPCA) na terça-feira (11), que desacelerou. Apesar do recuo, na semana, o Ibovespa acumulou alta de 5,41%.

Os investidores ficam na expectativa para o encaminhamento, pelo governo, da proposta do novo arcabouço fiscal ao Congresso na semana que vem.

O Ibovespa, chegou a apresentar uma abertura bem negativa de 1,40% refletindo os dados ruins de varejo nos Estados Unidos referente ao mês de março-caiu 1,0%, enquanto o mercado previa (-0,5%), mas o índice foi melhorando ao longo do pregão.

As ações da CSN (CSNA3) lideraram a queda do Ibovespa na sessão de hoje em 7,35%, após a notícia de que o Goldman Sachs rebaixou a recomendação do papel para venda e cortou o preço-alvo em 22% para R$ 12,5.

Na ponta positiva, os papéis da Braskem (BRKM5) ficaram entre as maiores altas do Ibovespa, subiram 2,16%, refletindo a recomendação do UBS BB de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 26.

O principal índice da B3 caiu 0,16%, aos 106.279,37 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho subiu 0,27%, aos 108.625 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.

Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital, disse que a Bolsa tem “leve queda em um dia leve realização de lucros; tivemos uma semana forte por conta dos dados do IPCA-desacelerou para 0,71% em março ante 0,84% em fevereiro; além disso temos a expectativa de início da tramitação do arcabouço fiscal, o que também justifica a realização de lucros hoje”.

Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos disse que a Bolsa “corrige o movimento de alta dos últimos dias, hoje saiu a Pesquisa mensal de serviços por aqui-avançou em janeiro 3,1% frente dezembro e se encontra acima do nível pré-pandemia em 10%- é um dado para se monitorar porque é um setor persistente na inflação; ele ainda está em patamares elevados o que significa que a demanda está alta; o mercado está aguardando a LDO e a Simone [ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet] anunciou que o arcabouço deve ser entregue na segunda ou na terça-feira; no internacional as vendas caíram mais que o esperado, o que mostra desaceleração da economia por lá e deve ser acompanhado de perto pelo Fed, em relação às ações por aqui, não tem um setor especifico ganhando força, à exceção dos bancos”.

Romero Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos, disse que o Ibovespa segue “a realização de lucros diante do movimento positivo da semana e o mercado fica na expectativa para a LDO, que deve ser enviada hoje ao Congresso”.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimento, o mau humor na Bolsa veio depois do resultado de vendas no varejo mais fracos nos Estados Unidos. “O dado ruim dado intensifica o medo de recessão, aumenta essa possibilidade e, por isso, o mercado está reagindo dessa forma e vai em linha com a ata do Fed divulgada esta semana”.

O dólar comercial fechou em queda de 0,22%, cotado a R$ 4,9160. A moeda refletiu, ao longo da semana, a melhora do humor interno e global. Na semana, o dólar teve desvalorização de 2,83%.

O sócio sócio fundador da Pronto! Invest Vanei Nagem observa que o volume negociado está reduzido e que a situação global não é ruim.

“A semana foi super positiva para o mercado brasileiro, e do dólar deve se manter nesta faixa”, diz Nagem, que enxerga a sessão de como um movimento é de realização após a moeda brasileira ganhar terreno nos últimos dias.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta depois de alguns dias de recuo. No início do pregão do pregão desta sexta-feira, o mercado sinalizava um movimento de correção depois de alguns dias de forte alta na bolsa, mas com a divulgação dos de volume da atividade no setor em termos reais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelos números desfavoráveis da economia norte-americana anunciados pouco depois, as taxas passaram a esticar o recuo.

O DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,200% de 13,195% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,880 % de 11,890%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,645%, de 11,535%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,643 % de 11,625% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em queda, à medida que alguns dados econômicos mais fracos pesaram sobre o mercado geral. A semana, que fechou no positivo para os índices, marcou o início da temporada de balanços do último trimestre.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,46%, 33.874,73 pontos
Nasdaq 100: -0,44%, 12.112,5 pontos
S&P 500: -0,25%, 4.135,82 pontos

 

Com Paulo Holland, Camila Brunelli e Darlan de Azevedo / Agência CMA